42º Capítulo "Bruna"

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                         "Bruna"

– Claro que sim! – respondi com animação.

João gargalhou, deixando seus dentes brancos e enfileirados à mostra.
O contorno de seus lábios grossos fez meu corpo se esquentar na mesma hora. Foi rapidão! Impossível não pensar em como ele era bom com aquela boca.

– E você?

– Com certeza. É uma experiência e tanto... – sorriu maliciosamente.

Ah, meu negão, você é mesmo de tirar o chapéu...

Tô sempre fácil pra você!
Ainda mais me olhando desse jeito depois de confirmar que já transou na beira da praia. Eu quero!

João vai me matar de tanto orgasmo algum dia. Sua pegada é intensa... quente. Dou o melhor de mim quando transamos, busco ser tão genial quanto ele.
Qual é? Não admito ficar por baixo. Sou uma profissional. Sei que ele também é, mas enfim... Cada um faz a sua parte. A minha deixa que eu faço!

É bom demais estar com alguém que sabe fazer. Morro de tanto tesão! Noventa por cento dos meus clientes são um saco. Odeio sexo monótono. Não há nada mais chato do que ficar gemendo para o nada, sem sentir uma cosquinha sequer.

Mas o João... Meu pai eterno, João é uma COISA!
Adoro!

Olhei para o lado direito da praia, verificando se havia possibilidade de acontecer uma nova experiência sexual por perto. A alguns metros, quando a areia da praia tinha fim, havia uma área coberta por uma vegetação vasta, bem como por enormes coqueiros, que balançavam com a brisa marítima. Perfeito. Seria ali mesmo. Aquele deus do ébano topa tudo; somos iguais. Não existe hora e nem lugar para transar.
Nossa química é explosiva, fatal, portanto permitia a flexibilidade.

Estava prestes a lhe fazer uma proposta mais do que indecente quando, vinda de lugar algum, uma mão apareceu bem na minha fuça.

Um anel prateado com uma pedrinha brilhante em forma de coração chamou a minha atenção.
Por um segundo, esqueci-me completamente do sexo.

– Não é lindo? – ouvi a Maiara berrar de um jeito mais empolgado impossível.

Eu não a observei porque fiquei namorando o anel.
Quase larguei tudo para ter um relacionamento sério com ele.

– Perfeito! – gritei. – Não vai me dizer que...

Finalmente a encarei.

Maiara estava com o rosto todo vermelho e os olhos inchados.

– Ele fez o pedido! Eu disse sim! Vamos nos casar! – gritou, dando pulinhos.

Levantei-me e a abracei.
Ficamos pulando juntas, soltando gritos de mulherzinha.

Para que eu risse como uma louca não precisava nem de motivos.
Imagina só quando eu tinha um forte?

Encontrei o Kaio ao nosso lado, sorrindo de orelha a orelha enquanto observava nossa cena.
Acabei o abraçando também, aproveitando a deixa para puxar seu cabelo para trás. Sempre quis fazer aquilo, era um desejo enrustido. Eu não podia morrer sem tê-lo realizado. 

Agora falando sério: eu sou demais, minha gente! Um ano se passou e a despedida que eu – euzinha, euzoca, eu, eeeeu – organizei ainda gerava frutos.

Devia ser considerada uma santa miraculosa. Faço milagres impossíveis; não é qualquer um que consegue arrancar a neurose da Maraisa e desencalhar a Maiara em uma só tacada.

The Trip  "Danisa"Onde histórias criam vida. Descubra agora