NÃO ERA VOCÊ

Capítulo Dezoito. - Namorados de mentira.

--- Hannah. - chamou a minha irmã, do outro lado da porta.

--- O que é?

--- O Brad tá lá embaixo, te esperando.

Me levantei da cama e corri para abrir a porta.

--- Ele chegou agora? - perguntei apressada.

--- Sim.

--- Diz a ele que já estou descendo.

Fechei a porta na cara dela. Peguei um vestido no guarda-roupa e me troquei. Passei um corretivo nos olhos, para disfarçar as olheiras da noite mal dormida. Pincelei o blush nas maçãs do rosto, para amenizar a minha palidez, e finalizei a maquiagem com um gloss. Espirrei o perfume no pescoço, e nos pulsos. Dei um jeito no cabelo e, é isso, estou pronta!

Acho que nunca me arrumei nessa velocidade, esse tempo foi recorde.

Desci as escadas correndo. Brad estava sentado no sofá, mas se levantou quando me viu. Ele parece um cavalheiro dos séculos passados. Assim como os que leio em meus livros.

--- Brad, mas que surpresa boa! - sorri.

--- Pois é. - sorriu mostrando os dentes. - Eu estava indo tomar sorvete e, pensei em te chamar.

--- Eu adoraria.

--- Ótimo.

--- Só vou pegar a minha bolsa.

--- Tudo bem.

Subi as escadas novamente. Fui até o meu quarto, e peguei a bolsa que estava pendurada no cabide. Sempre deixo uma bolsa pronta, gosto de ser previnida.

Antes que eu saísse do cômodo, senti o vento gélido esfriar as minhas costas. A janela está aberta. Caminhei até ela, e antes que eu a fechasse me deparei com a janela de Dylan. Às vezes eu me esqueço que elas ficam uma de frente pra outra. Faziam dois anos em que eu não via necessidade de olhar-lá.

A sua cortina estava aberta, o que era um milagre. Desde que ele voltou eu só a tinha visto fechada.

Lembranças de ontem vinheram a minha mente. É horrível não ter respostas. É horrível não tê-lo por perto.

Fechei a janela.

Quando voltei pra sala Brad já me esperava, encostado na porta, mexendo no celular.

--- Demorei?

--- Não.

Antes de passarmos pela porta, Brad pegou a minha bolsa e a colocou embaixo do braço.

--- Eu levo pra você.

--- Obrigada. - sorri agradecida.

A sorveteria não fica muito longe de casa. São apenas dois quarteirões para chegar lá.

Nós vamos pra essa sorveteria desde quando éramos pirralhos. Foi lá onde deixei Dylan plantado enquanto eu passava um tempo com Brad no parque. Fui estúpida. Me arrependo por isso.

Ao chegar na sorveteria nos sentamos no lugar de sempre. Fizemos os nossos pedidos, e não demorou muito para que eles chegassem.

--- Você parece distante. - comentou.

--- Não é nada.

--- Tem certeza?

Afirmei.

--- Se tiver algo acontecendo, pode me contar, estou aqui.

--- Obrigada.

Dei uma colherada no meu sorvete de creme.

--- Você está estudando pro vestibular? - perguntei.