Capítulo Vinte e sete. - É possível?

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Eva se alongou antes de começarmos a caminhar. Os dias de sábado viraram os nosso dias "fitness", não deixamos de nos exercitar em nenhum deles. Até que estou começando a gostar dessa nova rotina.

A minha amiga falava sobre alguns produtos de cabelo, mas eu não  conseguia prestar atenção. Nos últimos dias Dylan e Brad eram tudo o que preenchia a minha mente.

Quando você finalmente enxerga algo que todos já sabiam exeto você, é como se tivessem te dado um murro no estômago. É como se você fosse a pessoa mais burra do mundo.

Mas as perguntas que me rondavam nos últimos dias eram: Olívia estava certa? Dylan realmente gostava de mim? Será que algum dia eu o vi mais do que um amigo? É possível se apaixonar por duas pessoas ao mesmo tempo?

Eu sempre o vi como um melhor amigo, nada além disso.

— Hannah, você está no mundo da lua?— Eva balançou a mão na frente do meu rosto. — Estou falando a um tempão e você não parece ter prestado atenção.

— Desculpa, estou meio viajada ultimamente.

— Percebe-se.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Claro.

— Você acha possível alguém ser apaixonado por duas pessoas ao mesmo tempo?

Ela me olhou desconfiada.

— É que eu estava lendo um livro sobre um triângulo amoroso, e me perguntei se aquilo era possível. — tentei enrolar.

— Claro que é, bobinha. Olha pra mim, sou apaixonada por vários! — brincou.

Não pude deixar de rir do que ela acabara de falar.

— Você só piorou as coisas!

— Claro que não, eu melhorei!

Balancei a cabeça negativamente enquanto ria ainda mais.

Demos mais algumas voltas no quarteirão até cada uma voltar para a sua respectiva casa.

Tomei um banho demorado, hidratei o cabelo e aproveitei a sensação de refrescar a cabeça. Era tudo o que eu precisava.

Me enrolei na toalha e fui pro quarto. Vesti minhas peças íntimas, coloquei um shorts jeans e uma blusa cropped preta.

Assim que terminei de me arrumar minha mãe veio me chamar, ela disse que Brad estava lá em baixo, me esperando.

É espontâneo o acelerar do meu coração  em todas as vezes em que escuto essa frase.

Passei perfume, me olhei mais uma vez no espelho e desci nas pressas.

Brad me esperava no último degrau da escada. A luz reluzia a sua pele parda.
Ele está impecável, como sempre.

— Oi. — sorriu.

— Oi. — retribui o sorriso na mesma intensidade.

— Quero te mostrar uma coisa. Que vir comigo?

Balancei a cabeça animadamente em afirmação.

Brad segurou a minha mão, e me guiou para fora de casa.

Caminhamos de mãos dadas até o quintal da casa dele. Uma toalha de piquenique estava estendida no gramado. Uma cesta impedia que o vento a levasse pra longe.

— O que é isso? — perguntei encantada.

— Dá pra ver o por do sol daqui. Queria que você o visse comigo.

NÃO ERA VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora