Capítulo Vinte e três. - Era meu.

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Flashback:

A primeira semana depois que Dylan se mudou foi devastadora pra mim. Eu me sentia sozinha, desnorteada. Não importava quantas pessoas estivessem ao meu redor, nenhuma delas era ele.

Eu sentia falta dos seus abraços, do seu sorriso, do seu cheiro... as chamadas de vídeo não matavam a minha saudade.

--- O garoto faz falta, não é? - meu pai se sentou ao meu lado.

--- E como.

--- Mas você não pode se deixar abater por isso. Tenho certeza de que ele não quer te ver assim.

--- É difícil não ficar assim.

--- Eva comentou que você não quer ir a festa de aniversário do seu colega.

--- Não estou no clima.

--- Filha, você tem 15 anos, precisa se divertir.

--- Eva que mandou o senhor vir falar comigo, não foi?

--- Não.

--- Hum...

--- Se eu fosse você iria pra festa, afinal, só se é jovem uma vez. - falou com aquele seu sotaque puxado.

--- Sei disso.

--- Não parece.

--- Pai, estou bem, relaxa.

--- O Brad vai pra festa, sabia?

--- Como o senhor sabe?

--- O pai dele me contou.

--- Ah...

--- Tem certeza que não quer ir? Posso deixar você ir com ele.

De repente ir para a festa não me parecia mais uma má ideia.

--- Sabe mesmo como me fazer mudar de ideia, não é?

Ele sorriu.

---Sei como funciona essa sua cabecinha. - afagou meus cabelos.

--- Vou pensar no assunto, tá bom?

--- Sei que vai acabar indo.

Sorri, balançando a cabeça.

E ele estava certo, eu realmente acabei indo pra aquela festa. Mas eu não me diverti. Brad até tentava ficar ao meu lado, mas ele parecia candidato a prefeitura e as pessoas o chamavam o tempo todo, por isso ele acabava se afastando.

Eva estava com um namoradinho, e a sua atenção era cem por cento pra ele. Em situações como esta era Dylan que ficava do meu lado. Era ele que fazia tudo ser divertido.

Andei por todos os cantos da casa, mas nada me agradava. Encontrei um sofá e fiquei sentada lá uma boa parte da noite. Eu não podia ir pra casa porque tinha ido com Brad, e nós voltariamos juntos, assim como combinamos com o meu pai.

--- Oi, trouxe isso pra você! - Brad me entregou uma lata de refrigerante.

--- Obrigada. - sorri.

--- Desculpa não ter ficado tanto tempo com você, o pessoal não estava me deixando em paz.

--- Eu entendo, você é um garoto popular.

--- Não é pra tanto.

O olhei indignada.

--- Aposto que a escola inteira sabe quem é você, e olha que estou falando de mais de quinhentos alunos.

--- Falando desse jeito, até parece que sou famoso. - zombou.

--- Mas você é.

Tomei um gole de refri.

--- Sabe o que eu descobri?

--- Diga.

--- Não conta ao meu pai. - disse rindo.

--- Não vou contar, juro de dedinho!

--- A minha mãe escolheu meu nome por conta de um ator por quem ela era apaixonada na adolescência, mas pra convencer ao meu pai, ela disse que fez uma promessa, e teria que ser esse nome de qualquer jeito.

Não me aguentei e comecei a rir junto com ele.

--- Não imaginava que a tia Margareth era desse jeito!

--- Nem eu.

--- E como você descobriu?

--- Um dia desses ela bebeu uma grade de cerveja e acabou me contando.

--- Ao menos você sabe a história do seu nome.

--- Verdade.

--- E não se preocupe, não vou contar pra ninguém!

--- Sei disso, confio em você.

Brad segurou minha mão e deu um sorriso aberto, mostrando o seu aparelho. É incrível como esse garoto consegue ficar bonito de todo jeito. Queria ter essa sorte.

--- Você está linda essa noite, Hannah. Ou melhor, você está sempre linda.

Corei feito um pimentão.

--- Você também é lindo, Brad. Faz jus ao seu nome.

Ele começou a rir e eu o acompanhei.

--- Adoro ter você na minha vida, sério. - ele disse entre risos, sem imaginar o impacto que aquela frase causou em mim.

--- Digo o mesmo.

Não demoramos muito para voltar pra casa, mas aproveitei cada segundo ao lado de Brad, e desejei ter a sua companhia vinte e quatro horas por dia. Era incrível a facilidade com que eu me apaixonava cada vez mais por ele.

Queria que ele também gostasse de mim, queria que ele fosse o meu namorado. Em todas às vezes em que parava pra imaginar como seria a nossa vida juntos, todas elas eram perfeitas. Em todas elas nós éramos felizes e apaixonados. Em todas elas ele era meu.







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