Capítulo Quarenta e três - Inacreditável.

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Acordei ao som da notificação de uma mensagem de Brad. Ele mandou-me uma foto sua na praia. O sentimento de culpa me consumiu.  Como posso o enganar dessa maneira?! Não é certo dar esperanças aos dois, principalmente no mesmo tempo.

Sentei-me na cama, e me perguntei como sou capaz de amar dois garotos ao mesmo tempo. Me perguntei como posso ser tão rude em engana-los dessa forma. Mas o que posso fazer se o meu coração ainda não se decidiu?

Adoro me sentir amada por Dylan, mas também gosto de ser amada por Brad. Sou uma vaca egoísta, não mereço ficar com nenhum dos dois. Eles merecem alguém melhor do que eu. Me odeio por tudo o que estou fazendo. Não quero brincar com os sentimentos de ninguém, não faço de proposito.

 — Filha, já tirou a mala de cima do guarda-roupas? 

— Mãe, são sete horas da manhã e eu acabei de acordar!

— Mandei você fazer isso desde ontem, mocinha!

— Depois do café da manhã eu tiro, te garanto.

— Muito bem!

Vamos visitar a família da minha mãe na última semana do mês; eles moram em Brasília. Passamos uma semana lá em todos os anos. Não sei se gosto da ideia de sair daqui quando a minha vida está tão movimentada. Nem vou estar aqui quando Brad voltar de viagem.

Fiz minhas higienes matinais e desci para tomar café. Depois de conversar um pouco com a minha irmã, subi para o quarto, pra fazer o que a minha mãe pediu. Como o calor está muito forte, abri as duas janelas do meu quarto. Tirei a mala de cima do guarda-roupas e tirei toda a poeira que a envolvia. Meu celular apitou mais uma vez, mas não era Brad o remetente da mensagem, e sim Dylan.

" Olha pra janela ", dizia a mensagem. Aquela foi a primeira mensagem que  me mandou após o meu " Estou com saudades" ignorado. Fiz o que ele pediu. Dylan está de regata e bermuda preta, com o celular na mão, digitando mais alguma coisa em seu aparelho eletrônico.

" Não esperava que fosse acordar tão cedo, você sempre dorme até tarde nas férias", era o que tinha escrito na nova mensagem de texto. Pensei bem antes de responder, não podia dizer a verdade. Não podia admitir que tinha sido acordada por uma foto de Brad. " Minha mãe pediu para que eu pegasse a mala, acordei nesse sentido", respondi de volta.

Ele me encarou com um sorriso nos lábios, e eu apenas sorri de volta. Dylan ainda me encarava da sua janela, parecendo estar pensativo. Por um mísero segundo me perguntei se ele tinha desconfiado de como realmente fui acordada. Mas a janela não estava aberta, então não teria como ele ver, não é?

Meu coração se aquietou quando recebi outra mensagem. "Tá afim de pegar uma praia?", perguntara. " Se os meus pais deixarem, sim", respondi. " Os convenço rapidinho ", enviou, enquanto me encarava exibido. " Os seus pais me adoram ", ele estava certo, os meus pais realmente o adoram. " Convencido! ", o respondi por fim, arrancando um sorriso de seus lábios.

Voltei a limpar a minha mala, enquanto Dylan sumia da sua janela. Separei algumas mudas de roupas e já as coloquei na minha bagagem. Ainda faltam alguns dias para a viagem, mas prefiro já adiantar algumas coisas, minha mãe gosta de pontualidade. Longe de mim querer ser a última a arrumar a mala.

Escutei o som de batidas na porta, minha mãe colocou a cabeça para dentro do cômodo segundos depois.

— Já tirei a mala de cima do guarda-roupa! — Apontei para o objeto que agora está em cima da minha cama.

— Não vim pra falar disso.

— O que houve?

— Dylan pediu a mim e ao seu para deixarmos você ir à praia com ele.

NÃO ERA VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora