Capítulo Quarenta e nove. - Desastre de aniversário (parte 1).

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Acordei ao som da tradicional canção de aniversário. Não faço ideia de como toda a minha família coube em cima da minha cama, e nem de como não acabei esmagada. Minha mãe tem um cupcake em mãos, e um sorriso enorme nos lábios, na esperança de que eu apagasse a pequena vela que estava grudada no chantilly.

— Nem acredito que a minha caçula já é de maior! — Ela disse emotiva.

— Nem eu. — falei ao coçar os olhos, bocejando em seguida.

— Preparada para o dia de hoje? — Olívia disse alegre.

— O que vocês aprontaram?

— Espere e veja.

— Parabéns, minha flor. — Meu pai deixou um selar na minha testa.

— Obrigada, pai.

Demos um grande abraço em família, e naquele momento me senti extremamente grata por tê-los na minha vida. Por pouco não esmagamos o cupcake, e milagrosamente, a vela ainda estava acesa. Assoprei aquele pequeno objeto de cera, apagando o seu fogo.

— Se arruma, estamos te esperando para o café da manhã.

— Tudo bem. — Fiz menção de levar o cupcake até a boca, mas fui impedido pela a minha mãe, que o tomou da minha mão.

— Nada de comer uma bomba de açúcar em jejum!

— Poxa, mãe.

— Sua saúde em primeiro lugar, querida.

Minha família se levantou da cama, indo em direção ao corredor. Respirei fundo antes de criar coragem para me arrumar. Entrei debaixo do chuveiro, deixando que ele relaxasse todos os meus músculos. Não demorei muito no banho, já que estão me esperando lá embaixo. Limpei o espelho embaçado com a mão, encarando o meu reflexo. Encarando o meu eu.

— Feliz aniversário, Hannah. Espero que esteja pronta para essa nova fase. Espero que esteja pronta para se conhecer. — Falei para a garota do espelho.

Desde que voltei da casa da minha avó, tenho pensando sobre o autoconhecimento. Passei a semana inteira prometendo a mim mesma que aproveitara essa nova idade para me conhecer melhor. Preciso estar bem comigo mesma, não só por mim, mas por eles também. Não quero ter que continuar machucando o coração daqueles que amo. Não quero ter que decepcionar ninguém.

Balancei a cabeça, na tentativa de espantar aqueles pensamentos. Voltei para o meu quarto,  colocando dois vestidos em cima da cama. Encarei as duas peças, para ver qual me agradava mais. Acabei optando pelo vestido de alça azul, afinal, aquela sempre foi a minha cor favorita e seria perfeita para a ocasião. 

Ouvi o grito da minha mãe, perguntando-me a razão de estar demorando tanto. Resolvi não me maquiar, para não demorar ainda mais. Avistei a pulseira que Brad me dera em cima do criado mudo, a peguei, colocando-a no braço. Não a usei nessa última semana, era estranha a sensação de não ter aquele objeto no braço. Mas hoje, acho que preciso usá-la, ela combina tanto com o meu vestido.

Desci correndo pelas escadas, já que a minha família devia estar morrendo de fome. Notei que haviam duas cadeiras a mais na mesa; franzi o cenho em confusão, então, senti um par de braços envolverem a minha cintura. Virei-me imediatamente, encontrando os olhos de Dylan. Um sorriso involuntário se espalhou por todo o seu rosto e pelo meu. É tão bom poder passar um aniversário com ele outra vez.

— Parabéns, Nana. Espero que seja um dos melhores aniversários da sua vida.

— Será melhor do que os últimos, já que você está aqui.

NÃO ERA VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora