Capítulo Vinte e um. - Pega no flagra.

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Minha mãe literalmente convocou Olívia e eu para faxinarmos a casa. Não era o sábado que eu planejava, mas fazer o que...

Terminamos de arrumar o térreo e subimos para limpar os outros cômodos. Olívia lavava o banheiro enquanto eu passava pano no corredor. Não sou muito boa com limpezas, por isso acabo sempre ficando com o mais fácil.

--- Acho que já está limpo o suficiente, vai arrumar o se quarto agora! - Olívia colocou a cabeça pra fora do banheiro.

--- Tá, mamãe. - ironizei.

--- E abre a janela, aquele lugar precisa ser arejado!

Minha irmã conseguia ser muito mandona quando queria. Não gosto de fazer as coisas sob pressão, fico nervosa demais.

Peguei os materiais de limpeza e segui pro meu quarto, assim como Olívia tinha mandado.

Caminhei até a janela e abri a cortina. E minha nossa. A janela de Dylan, por um milagre, está aberta.

Ele está de costas, sem camisa, mexendo no guarda-roupas.

Nunca tinha visto braços tão malhados pessoalmente.

Eu já tinha visto Dylan sem camisa outras vezes, mas ele não era assim... tão musculoso.

O seu abdômen parece ter sido esculpido à mão.

Espera... abdômen?!

Subi o olhar e vi que Dylan me encarava com uma expressão confusa. Fechei a cortina imediatamente.

Merda.

Merda.

Merda.

Mas que merda, Hannah!

Ele deve estar me achando uma pervertida agora...

Quero enfiar a minha cabeça de baixo da terra!

O que eu faria? Abriria a janela e diria: nossa, que shape legal!?

Eu sou uma idiota.

Antes que eu pensasse em qualquer desculpa esfarrapada Olívia apareceu na porta do quarto.

--- O que foi Hannah?

--- Nada. - falei apressadamente.

--- Parece que você viu um fantasma...

--- Olívia, minha querida irmã, você não tem um banheiro para limpar?

--- Já terminei.

--- Aí decidiu vir atormentar a minha vida?!

--- Você já faz isso sozinha.

Lhe mostrei o dedo do meio.

--- Por que você não abriu a janela? - ela disse, ignorando o gesto que eu havia feito.

--- E-eu vou abrir-la já, já.

--- Por que você está gaguejando?

--- Por que você está me fazendo tantas perguntas?

--- Hannah, o que aconteceu? - ela me lançou aquele olhar de: ou você me conta, ou eu te obrigo a contar.

Peguei no braço de Olívia e a puxei até o corredor. Não poderia correr o risco que Dylan escutasse. Sei que a janela dele tem mais de dois metros de distância da minha, mas eu não posso arriscar. Já foi vergonhoso demais.

Contei tudo para Olívia e ela começou a rir da minha cara. Não entendi aonde estava a graça.

--- Você é uma pervertida!

--- Eu não sou!

--- Ah, é mesmo? - afirmei com a cabeça. - Então, deixa eu ir perguntar a Dylan o que ele acha. - ela fez menção de sair, mas eu a impedi.

--- Por favor, eu imploro.

--- Relaxa, eu tô zoando! - riu ainda mais.

--- É tão bom rir da minha desgraça, não é? - fui irônica.

--- Desculpa. - reprimiu o riso. - Enfim... é normal que você sinta atração nesses tipos de situações. Os seus hormônios estão...- a impedi que continuasse.

--- Chega! Nós já tivemos essa conversa.

Ela levantou as mãos em rendição.

Eu estava ferrada.

Se Dylan já não estava falando comigo agora que ele não vai mesmo.

--- E eu não senti atração alguma!

--- Isso é sério? - ela disse desacreditada.

--- Sim.

--- Eu duvido.

--- Para com isso, você sabe que eu gosto do Brad!

--- Isso não te impede de se sentir atraída por outras pessoas.

--- Você é um saco.

--- E você me ama!

--- Nesse momento não tanto.

--- Deixa de frescura, aposto que Dylan adorou a olhada.

--- Que olhada? - meu pai surgiu no corredor.

--- Eu quero morrer. - murmurei.

--- O que aconteceu? - insistiu.

--- Uma garota deu uma olhada daquelas em Dylan, Hannah estava me contando.

--- Tenho que adimitir, o garoto voltou ainda mais bonito!

--- Não acha, Hannah? - Olívia me provocou.

--- Vou pro meu quarto.

--- Só tome cuidado com a janela! - ela gritou antes que eu entrasse no cômodo.

Pra que inimigos, não é mesmo?

Espero que Dylan pense que eu só estava parada enquanto pensava na vida.

Que merda!

Antes de finalmente começar a arrumar o quarto fui novamente até a janela, abri só uma brechinha da cortina. A janela dele ainda estava aberta, mas ele não estava mais lá.

Puxei totalmente a cortina e abri a janela. Ele não estava mais lá afinal, e o meu quarto precisava ser arejado.

Espero que ele não saiba que entrei no quarto dele, ao contrário, vai pensar que eu virei uma stalker.

É incrível como essas coisas só acontecem comigo!

A imagem de Dylan sem camisa voltou a minha cabeça. Por que ele tinha que ser tão sarado?!

Eu não me senti atraída, não é...?

Ele só tem um corpo bonito, muito bonito. É normal achar isso, não significa que eu fiquei atraída. Os seres humanos tendem a apreciar ao que é belo, não é?

Por que esse quarto ficou tão quente de repente?!

NÃO ERA VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora