Capítulo Trinta e cinco. - Uma noite de revelações.

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Brad não comentou mais nada sobre a sua fala bombástica. Ao menos foi assim que senti, como se tivessem fogos de artifício no meu coração. Nunca imaginei que seria realmente possível que ele dissesse algo do tipo. A pequena Hannah estaria pulando de alegria até agora, mesmo tendo se passado vários dias.

Talvez ele só tivesse dito aquilo por brincadeira, mas prefiro acreditar que não. Prefiro acreditar que ele disse pra valer. Prefiro acreditar que em algum dia nós finalmente ficaremos juntos, do jeito que sempre sonhei.

— Você me empresta aquela sua jaqueta jeans? — Eva disse enquanto mexia no meu guarda-roupas.

— Claro.

A minha amiga estava em êxtase porque fomos convidadas para a festa de São João na casa de Thalita. Depois que o irmão dela virou universitário, eles vivem dando festas em casa. Às vezes me pergunto se ela não faz essas festas apenas para chamar a atenção de Dylan. Seria muito estúpido da parte dela gastar tanto dinheiro apenas para conquistar um garoto, principalmente quando o garoto aparenta estar caidinho por ela.

Nunca imaginei que eles seriam tão próximos. Nunca imaginei que ele preferiria ela à mim. Nunca imaginei que isso partiria o meu coração.

Por mais que pareça egoísta, eu não queria que eles ficassem juntos. Dói demais vê-los juntos, me dá um aperto no coração.

Será que é realmente possível gostar de duas pessoas?

— Quando Brad vai para Pernambuco?

— Depois de amanhã.

— Ele nem vai esperar para entrarmos de férias?

— Só falta uma semana para isso acontecer, e as provas já acabaram. Ele não ficou em recuperação, então não há porque esperar.

— Você deve estar devastada já que ele vai passar quase dois meses fora.

— E como. Eu achava que estávamos evoluindo, no sentido amoroso, depois do que ele disse, mas agora, tenho medo de que ele me esqueça nesse tempo fora.

— É impossível que ele te esqueça, confia em mim!

— Queria ter a sua confiança.

—  Você é tão pra baixo que chega a ser chato! — ela pôs as mãos na cintura e balançou a cabeça negativamente. — Acho melhor você ir se arrumar, pra ver se melhora esse humor!

— Ok, patroa...

Quando finalmente ficamos prontas, minha mãe nos levou até a casa de Thalita. Durante todo o percurso ela me deu vários sermões, e me fez prometer que não cometeria o mesmo erro da última festa.

Devo estar ficando muito louca porque todos aqueles sermões só me fizeram pensar em Dylan, e em como ele tinha sido legal comigo naquela noite. Em como ele havia mentido para me encobrir. Em como eu o abracei no caminho até em casa.

Como sinto falta daquele abraço...

—  Obrigada por nos trazer, tia! — Eva agradeceu ao descer do carro.

— Por nada, querida. — e pra mim, ela disse: — Se lembre de comer!

— Vou me lembrar.

—  E como vocês vão voltar para casa?

— Vou voltar com algum dos meninos, e Eva provavelmente vai ficar aqui até amanhecer.

— Me mantenha informada.

—  Tudo bem.

— Qualquer coisa mando Olívia vir te buscar!

— Creio que não será preciso.

NÃO ERA VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora