Capítulo Quarenta e um. - Seguindo os instintos.

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— Você fez o que?! — Olívia exclamou em puro choque. Como de costume, ela veio me visitar em meu quarto agora pela manhã, e eu acabei contando tudo pra ela. — Hannah, eu disse pra você descobrir o que sente por ele, não pra ir logo beijando!

— Eu não consegui resistir, tá legal?

Minha irmã suspirou e passou a mão nos cabelos, andando de um lado a outro no quarto.

— E o que vai fazer agora?

— Não faço ideia, não quero ter que machucar um dos dois.

— Mas alguém vai sair magoado, você não pode ter os dois!

— Eu sei...

— Com quem você vai ficar? — ela parecia séria quando perguntou.

— Não consigo escolher, é muito difícil!

— Uma hora você vai ter que escolher, e não está muito longe de acontecer!

Me deitei na cama, derrotada.

O que vou fazer?

— O que acha que devo fazer?

— Só você pode decidir, não cabe a mim decidir as suas ações — se sentou na beirada da cama. — Vou lhe dar um conselho, olhe pra dentro do seu coração e veja por quem ele chama.

— E como faço pra escutar?

— Seguindo os seus instintos.


Não consegui parar de pensar no conselho a manhã inteira.

Mas como eu faria para escutar os meus instintos?

Quem eu teria que magoar?

Depois do almoço voltei para o quarto, liguei a tevê e procurei por algum filme bom no aplicativo. Preciso esquecer um pouco da vida real. Preciso esquecer dos meus problemas.

A cortina da minha janela — que fica de frente para a de Dylan — começou a balançar, não me lembro de ter a deixado aberta. Quando a janela de Dylan ocupou o meu campo de visão não consegui me mexer. Tive vontade de chamar por ele, de passar o resto do dia com ele, como nos velhos tempos. Sinto saudade dos nossos momentos juntos a todo instante.

Será que devo chama-lo pra fazer alguma coisa?

E se eu chamasse, será que ele viria?

Siga os seus instintos, Hannah.

Respirei fundo, tentei analisar as possibilidades, mas o meu desejo de estar perto dele outra vez falou mais alto do que qualquer outra coisa.

O gosto do seu beijo ainda habitava a minha boca, e o meu coração acelera só de lembrar da sensação dos seus lábios tocando os meus. Da sensação de tê-lo tão perto de mim. Foi mágico.

Estou atormentada, o que devo fazer?

"Siga os seus instintos", essa bendita frase se repetia na minha cabeça.

Quando percebi já estava descendo as escadas, rumo para a casa do lado da minha. Não sei o que há de errado comigo, estou sendo muito impulsiva ultimamente. Toquei a campainha e não demorou nem dois minutos até que tia Valquíria viesse abrir a porta.


— Hannah, mas que surpresa boa!

— Oi, tudo bom? O Dylan está em casa?

NÃO ERA VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora