— Você fez o que?! — Olívia exclamou em puro choque. Como de costume, ela veio me visitar em meu quarto agora pela manhã, e eu acabei contando tudo pra ela. — Hannah, eu disse pra você descobrir o que sente por ele, não pra ir logo beijando!
— Eu não consegui resistir, tá legal?
Minha irmã suspirou e passou a mão nos cabelos, andando de um lado a outro no quarto.
— E o que vai fazer agora?
— Não faço ideia, não quero ter que machucar um dos dois.
— Mas alguém vai sair magoado, você não pode ter os dois!
— Eu sei...
— Com quem você vai ficar? — ela parecia séria quando perguntou.
— Não consigo escolher, é muito difícil!
— Uma hora você vai ter que escolher, e não está muito longe de acontecer!
Me deitei na cama, derrotada.
O que vou fazer?
— O que acha que devo fazer?
— Só você pode decidir, não cabe a mim decidir as suas ações — se sentou na beirada da cama. — Vou lhe dar um conselho, olhe pra dentro do seu coração e veja por quem ele chama.
— E como faço pra escutar?
— Seguindo os seus instintos.
Não consegui parar de pensar no conselho a manhã inteira.
Mas como eu faria para escutar os meus instintos?
Quem eu teria que magoar?
Depois do almoço voltei para o quarto, liguei a tevê e procurei por algum filme bom no aplicativo. Preciso esquecer um pouco da vida real. Preciso esquecer dos meus problemas.
A cortina da minha janela — que fica de frente para a de Dylan — começou a balançar, não me lembro de ter a deixado aberta. Quando a janela de Dylan ocupou o meu campo de visão não consegui me mexer. Tive vontade de chamar por ele, de passar o resto do dia com ele, como nos velhos tempos. Sinto saudade dos nossos momentos juntos a todo instante.
Será que devo chama-lo pra fazer alguma coisa?
E se eu chamasse, será que ele viria?
Siga os seus instintos, Hannah.
Respirei fundo, tentei analisar as possibilidades, mas o meu desejo de estar perto dele outra vez falou mais alto do que qualquer outra coisa.
O gosto do seu beijo ainda habitava a minha boca, e o meu coração acelera só de lembrar da sensação dos seus lábios tocando os meus. Da sensação de tê-lo tão perto de mim. Foi mágico.
Estou atormentada, o que devo fazer?
"Siga os seus instintos", essa bendita frase se repetia na minha cabeça.
Quando percebi já estava descendo as escadas, rumo para a casa do lado da minha. Não sei o que há de errado comigo, estou sendo muito impulsiva ultimamente. Toquei a campainha e não demorou nem dois minutos até que tia Valquíria viesse abrir a porta.
— Hannah, mas que surpresa boa!
— Oi, tudo bom? O Dylan está em casa?
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NÃO ERA VOCÊ
RomanceHannah nutria uma paixão ardente pelo vizinho. Seus olhos nunca se desviaram para mais ninguém, mas tudo poderia mudar com o retorno de seu melhor amigo. Dylan, por sua vez, guardava uma paixão secreta por sua melhor amiga, mas nunca ousou declarar...