Capítulo Quarenta e quatro. - Dúvidas.

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— Você tem mesmo que ir? — Dylan está sentado na minha cama, me observando enquanto termino de colocar as minhas coisas dentro da mala.

—  Sabe que essa é uma viagem anual para ver a família, não posso deixar de ir!

— Sei disso, só estou sendo dramático. —  falou, me fazendo rir. 

— Vou sentir a sua falta. — Levantou-se, se aproximou de mim e começou a acariciar o meu rosto. Seu olhar é sereno, me transmitindo calma e leveza.

— Já  passou dois anos longe de mim, uma semana não será nada. — Falei aquilo mais pra mim do que pra ele. É muito bom conviver com Dylan novamente, tenho medo que algo estrague tudo isso... ou melhor, tenho medo de estragar tudo, assim como da última vez.

— Posso te fazer uma pergunta?

—  Claro.

—  O que vai fazer quando Brad estiver de volta? —  Aquela pergunta me pegou de jeito. Como respondo a uma pergunta dessas? É muito difícil, principalmente quando não sei o que fazer.

— Ainda não pensei nisso.

As suas mãos soltaram o meu rosto no mesmo instante. 

— Você ainda é apaixonada por ele? — ele pareceu tenso ao perguntar.

— Dylan...

—  Responde, Hannah!

— Não é fácil esquecer o primeiro amor, sabe disso.

— É, eu sei.

—  Vamos deixar isso pra lá, ok? Não vamos estragar o que temos agora.

Ele suspirou derrotado, voltando a se sentar na cama. Deixei o que estava fazendo e me juntei a ele.

—  Está bravo comigo?

— Não, só estou pensando.

—  Pensando no quê?

—  Se ainda vamos estar juntos quando você voltar. 

— Ei —  segurei em seu rosto, o fazendo olhar para mim —, nada vai mudar o que eu sinto por você, entendeu?

—  Nem mesmo os seus sentimentos por ele?

— Não pense nisso...

—  Como não vou pensar? Você foi apaixonada por ele a vida toda!

—  Dylan...

— Não, me deixa terminar! — Levantou-se. — Fui apaixonado por você a minha vida toda, e você sempre o escolheu. Pra Hannah sempre só foi o Brad. Como quer que eu acredite que o trocaria por mim? Como posso acreditar que não me vê só como um melhor amigo? Às vezes penso que ficou comigo por pena. Pena de não ser correspondido.

Estou paralisada. Não esperada que uma bomba de sinceridade fosse jogada em mim. Não esperava que ele duvidasse do que eu sinto.

— Não duvide dos meus sentimentos por você, porque eles são reais. E se um dia já te fiz se sentir rejeitado, eu sinto muito, Dylan, de verdade. Você não faz ideia do quanto me martirizo por ter te machucado. Por ter machucado vocês dois. 

 Ele não disse nada, por isso, continuei:

— Queria ter percebido antes o que sentia por mim, tenho certeza que as coisas teriam sido diferentes. 

— Não tenho tanta certeza. 

Levantei-me, segurei em suas mãos, as levando até o meu coração, na expectativa de que ele percebesse que o que eu estava falando era real. Eu sempre o amei. Sempre desejei o ter na minha vida para todo o sempre. Ele sempre foi uma parte de mim. Não existia Hannah sem o Dylan, sempre fomos inseparáveis. Sempre tivemos uma conexão. Ele é um pedaço meu, um pedaço da minha alma.

— Eu escolho você, Dylan. Independente de qualquer coisa, eu escolho você. Sempre seremos o suficiente um para o outro, não é? Fizemos essa promessa. 

Ele soltou o ar pela boca.

Não acredito que escolhi. Não acredito que consegui tomar essa decisão. Pensei que levaria mais tempo. O meu coração dói por ter que partir o de Brad. A minha alma chora por ter que magoar a sua. Como olharei em seus olhos novamente? Como o manterei em minha vida? Não quero perde-lo. Não quero perder nenhum dos dois.

— Está falando sério?

—  Sim. —  falei com firmeza.

Ele estava espantado, mas com um sorriso nos lábios. O meu coração batia freneticamente, clamando pela a sua resposta.

— Acho que estou sonhando, nunca imaginei que isso aconteceria de verdade.

— Não tenha dúvidas do que sinto por você, entendeu? —  Falei ao me aproximar.

—  Eu amo você, Hannah. Sempre amei. 

— Eu também te amo, Dylan.

O envolvi em um abraço terno, cheio de amor. E era só isso o que transbordava do meu peito. Naquele momento senti que havia tomado a decisão certa. 

—  Quando vai voltar a me chamar de Nana?

—  Ainda se lembra disso?

—  Como poderia esquecer do meu apelido favorito?

— Ele foi feito especialmente para você, Nana.

O meu peito se estufou ao ouvi-lo me chamar daquela forma novamente. A sensação foi de estar completamente em casa, sem nenhum item faltando. Fazia tempo que não me sentia tão leve assim.



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Time Dylan, por favor, me perdoem pelos próximos capítulos.

E time Brad, bom... Vai ser um misto de emoções.

Bjsssss!!! 

NÃO ERA VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora