Capítulo 51 - Não Era Ela

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A Força de Um Desejo



-Luiza eu preciso que foque, ok? - o advogado diz para a morena que não consegue sair da sua mente - Você disse que pegou uma cerveja antes de ir embora, correto?

-Sim, eu me lembro que o Joaquim me chamou e eu estava do lado de fora do bar então eu voltei para pagar a conta e pedi uma cerveja para ir tomando...

-Para onde iam?

-Não sei...o Joaquim quem disse que tinha outro lugar...

-Certo... - o advogado anota algumas coisas - Vamos montar a defesa baseada no fato de que não era você quem dirigia o carro

-Mas eu...eu não tenho certeza...

-Exatamente, Luiza, não temos certeza porque não temos perícia, vamos trabalhar com a dúvida...

-E se eu estivesse dirigindo? - Luiza ainda tem muitas dúvidas

-Luiza, isso já não é importante, o que queremos aqui é te livrar de um resultado de culpa no julgamento..., a promotoria vai vir com força e elas querem uma condenação, o promotor chefe Antônio Alves Correia está com sangue nos olhos...temos que estar preparados.

Luiza respira e o olha, talvez agora ela entendesse que não importava muito o que tinha acontecido e ela precisava se defender se não quisesse ir presa, ela tinha dúvidas se estava dirigindo ou não, era ela quem dirigia sempre o carro era dela, ela não sabia dizer se alguma vez algum deles dirigiu talvez uma vez quando eles foram para praia e dividiram o carro na pista e até Manoela, sua namorada na época, assumiu o volante do carro.




Valentina espera pela saída da esposa enquanto degusta um café expresso que a secretária providenciou para ela, Max estava tenso e eles se levantam quando Luiza sai da sala junto a Martim, o advogado, a morena tem a ponta do nariz vermelho mostrando que ela controlou o choro enquanto esteve lá dentro tentando se lembrar o que tinha acontecido.

-Estamos prontos? - Max pergunta para o advogado que ainda não era da sua confiança

-Sim, estamos prontos - o homem responde com firmeza pois sabia o que estava fazendo - Temos uma estratégia traçada e acredito que é a melhor para a defesa da Luiza

Valentina se aproxima da esposa, aperta a sua mão e acaricia seu rosto e lhe dá um leve selinho na boca, era apenas uma demonstração de afeto e atenção em um momento de tenso.

Os três saem do prédio em que fica o escritório de Martim, ele era um advogado de boas indicações e tinha ganhado vários tribunais, era o melhor para o caso de Luiza e veio através de uma indicação do primo de Marcos, mesmo Max sendo desconfiado ele tinha que confiar nele, era a chance que eles tinham de livrar Luiza de uma condenação.

Tem uma padaria quase em frente ao prédio, onde Max, Valentina e Luiza se abrigam até para a morena se acalmar e falar sobre o que falaria em testemunho no julgamento, eles pedem os famosos pasteis de nata e Valentina toma mais um café como de costume, Max garante que Luiza pegue uma garrada de água.

-Eu...eu, não sei se eu estava dirigindo o carro...

-Como assim? - Max se assusta

-É isso que o Martim quer que eu fale, que eu tenho dúvidas se eu estava dirigindo o carro ou não...e eu não me lembro se era eu...

-Luiza isso é grave, mas você não pode mentir no julgamento - Valentina fica tensa

-Não é mentira, amor... - Luiza ainda se sente confusa - Eu realmente não me lembro, eu só me lembro que as chaves estavam com o Joaquim ele deixou cair, eu fui pegar e ele pegou primeiro...não lembro de ter entrado no carro e depois é só barulho - Luiza fecha os olhos - Batida e sirene

A Força de Um DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora