Capítulo 49 - Encarando a Realidade

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A Força de Um Desejo



Luiza está sentada em uma sala fechada com uma luz forte no teto que incomodava os seus olhos, seu advogado está sentado ao seu ajeitando a sua gravata, a morena tenta controlar a sua ansiedade.

A porta se abre um homem com um distintivo pendurado no peito, ele se senta em frente a eles, provavelmente era o delgado, ele tinha cabelos loiros e seu formato de corpo seria o que muitos chamam de parrudo.

-Bom dia, você é a Luiza Rossi Almeida Giordano, certo?

-Sim... - Luiza responde meio se saber o que fazer, não tinha prestado seu depoimento em uma delegacia sobre o acidente, a única vez que falou com a polícia estava no hospital se recuperando

-O senhor o representante legal? - dessa vez o delegado olha para o advogado

-Sim, sou João Bastos advogado de defesa de Luiza Rossi Almeida Giordano

-Bom, te enviamos um comunicado vindo da polícia portuguesa para um depoimento sobre o acidente que a senhora sofreu em Lisboa - o delegado fala com muita clareza - O caso foi reaberto e a promotoria quer entender se teve crime, afinal temos uma vítima fatal.

Luiza gela ao ouvir aquilo, esse sempre foi seu maior medo nessa história toda, ser condenada perante a justiça e o pior de tudo é que no fundo ela sentia que merecia essa punição.

-A senhora pode me contar o que aconteceu naquele dia dezesseis de agosto?

-Eu, a Leonor e o Joaquim estávamos em um bar no Bairro Alto em Lisboa, eu tinha chegado um pouco mais cedo do que eles naquele dia e depois nós três nos encontramos lá, era comum o pessoal da faculdade frequentar esse bar...

-A senhora foi com o seu carro?

-Sim...

-A senhora fez consumo de álcool nesse bar?

-Os laudos médicos mostram que não foram encontrados vestígio de álcool no sangue da minha cliente - João interrompe

-Mas esses exames foram feitos dias depois, é apenas uma simples pergunta e segundo a lei de Portugal até determinada taxa não é considerado crime, não vejo o porquê não responder - o delegado argumenta

Luiza olha para o advogado que lhe dá um sinal de confirmação com a cabeça

-Sim, eu consumi álcool aquele dia...

-Muito ou pouco?

-É uma pergunta desnecessária - o advogado contesta

-Eu preciso ter informações para concluir o caso, doutor João

-Bebi como um jovem bebe, delegado - Luiza diz sem muita paciência e sente João tocar de leve seu joelho para que ela se acalmasse

-Sabe me dizer quanto tempo ficaram nesse bar, a senhora disse que chegou antes que eles, que horas chegou? - o delegado pergunta

-Eu não me lembro, meia hora, uma hora antes que eles...

-E que horas saíram do bar?

-Eu não me lembro...

-O carro pertencia a senhora?

-Sim...

-Então eles não chegaram com a senhora de carro, já que chegou antes, correto?

-Correto...

-Mas foram embora com a senhora?

-Sim...

A Força de Um DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora