LONG NIGHT ☾ [Dick Grayson • Nightwing]

02. O Outro Lado Do Paraíso

7h56
4 de agosto
Washington D.C.

A sala estava em silêncio. Todos aguardavam alguma reação minha. Eu ainda estava com o sono atrasado, dor de cabeça e irritada. Não estava com paciência para piadas.

— É sério, Jenni. — Disse meu irmão ao perceber que eu não iria falar nada.

— Certo... Olha, pela maneira em que você me contou o que descobriram, parecia tudo muito urgente.

Bruno permanece sério e vai até a mesa central da sala, abre alguns arquivos no computador e, no minuto seguinte, os projeta em um telão gigante.
Em seguida, surgem algumas ilustrações animadas em 3D que mais parecem hologramas de tão realísticas.

É uma representação do universo. Conforme ele vai passando o mouse por cada ponto brilhante, nomes de galáxias e planetas que eu nunca ouvi falar, disparam na tela.

— Esse é o nosso universo. — Começa a apresentar as imagens.

Ele já havia me explicado sobre como observamos tudo aquilo. Foi uma das primeiras coisas que meu irmão revelou entre as outras mil e uma verdades escondidas de mim.

O multiverso foi descoberto há mais de dois séculos e, desde então, um grupo seleto de cientistas, de geração em geração, tem mantido a informação em segredo e estudado sobre. Realizavam cálculos, testes, novas teorias, algumas concretas e outras não. Era o que o nosso avô fazia. Era o que os nossos pais faziam.

Na minha grande inocência ou burrice, acreditava que eles estudavam possíveis ameaças cósmicas à Terra, como meteoros, asteroides, essas coisas.

Bom, eu não estava tão errada assim, a única diferença era que os possíveis perigos eram outros universos.

— Quando saímos do nosso campo de visão universal, é possível ver pequenos reflexos com pontos de luz em toda a sua volta. — Bruno continua a explicação e olhando para mim sempre que muda de uma ilustração para outra. — Isso é apenas um exemplo, mas são milhares desses reflexos. Pelo menos, o que foi descoberto até agora.

— E esses reflexos são os outros universos. — Completei um pouco impaciente, pois ele já havia me mostrado brevemente na nossa primeira conversa sobre o assunto.

— Isso. Nós estudamos todos os códigos deixados na Ata e conseguimos reduzir para 134 possibilidades.

— E uma delas era um universo de super-heróis? — Falei em um tom sarcástico que saiu amargando pela minha boca e só percebi quando todos me olharam friamente.

Bruno ia começar a falar algo, mas uma mulher mais velha tomou a vez e me lançou um olhar sem paciência por debaixo de seus óculos:

— Com ou sem super-herói, infelizmente, estamos à sua mercê para ir até lá, achar o código fonte e nos trazer de volta.