LONG NIGHT ☾ [Dick Grayson • Nightwing]

03. Nada Permanece

1 ANO E 2 MESES DEPOIS

07h12.
7 de outubro.
Washington D.C.

— Muito nervosa? — Bruno se sentou ao meu lado no banco da área de jardim da NASA, me entregando um copo de café.

— Ah, estou tranquila. Vou só ali, viajar para outro universo e já volto, sabe? Coisa boba. — Respondo sorrindo e tomando um gole do café. Faço uma careta instantaneamente. Cruzes, que gosto horrível.

Meu irmão solta um riso abafado pelo nariz, me envolve com seu braço esquerdo e deposita um beijo na minha testa.

— Eu poderia jurar que você recusaria essa loucura, sabia? — Bruno confessa se ajeitando ao meu lado no banco e olha para a vista da cidade no horizonte distante.

— Você não me deixou com muitas escolhas.

— Eu tenho certeza de que você vai conseguir, Jenni. Nunca duvidei disso. — Dessa vez, meu irmão me olha nos olhos. — Mais uma vez, obrigado.

Dou um sorriso sincero e voltamos a nossa atenção ao amontoado de prédios de Washington a quilômetros de distância, em silêncio.

Hoje é o dia em que embarco para Gotham, para uma missão de salvar o nosso mundo.

Aquelas pessoas na cidade que observávamos não faziam ideia do que estávamos prestes a fazer e, talvez, nunca soubessem sobre a ida de uma musicista a um universo de super-heróis em busca de um código que poderia impedir de uma futura catástrofe. Parece o roteiro mais sem lógica possível, quem acreditaria?

Há um ano, desde que soube que iria para Gotham, a minha vida mudou radicalmente. Pedi demissão do meu emprego na gravadora em Los Angeles, na qual eu tinha acabado de fechar contrato para produzir álbuns de grandes artistas nos próximos anos. Mas abri mão de tudo para me preparar para a missão.

A verdade é que desde que Bruno revelou tudo para mim, eu não conseguia pensar em outra coisa. Afinal, se não fosse eu, ele teria que ir e as chances de dar algo errado seriam muito maiores, tendo em vista que eu não conseguiria ajudar em nada aqui.

Quando contei a Pixie, minha melhor amiga da universidade de Berkeley, que iria me mudar para Washington a fim de resolver assuntos da família, ela ficou furiosa. Ela sabia do contexto com os meus pais, contei bastante sobre a minha vida nos nossos 5 anos de amizade.

Acredito que tivemos uma aproximação instantânea, pois os pais de Pixie não apoiavam a carreira musical da filha, enquanto os meus, queriam me ver o mais longe possível da carreira deles.

Ela veio me visitar duas vezes durante o último ano, apesar de ainda estar chateada com a minha decisão. Não contei a Pixie o real motivo da minha mudança para Washington e, ao invés da verdade, disse que precisava estar aqui para ajudar Bruno com a investigação da morte de nossos pais, além de resolver papeladas sobre algumas propriedades da família. Não sei se soou convincente, mas era o bastante para chatear a minha amiga.