40. Houdini - Parte 3

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19h22 22 de janeiro Gotham City

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19h22
22 de janeiro
Gotham City

JENNI REED

Meu celular não liga.
Quando saí de casa, estava com 9% de bateria, então deveria ao menos ligar a tela e me dar a chance de fazer uma ligação, ou enviar uma mensagem. Mas esse é o menor dos meus problemas.

Depois de tudo o que vi e ouvi, estar presa em um quarto na casa de um assassino e totalmente incomunicável, soa apenas como mais uma pequena desgraça em meio a todo o resto. Tentei falar com Olívia pelo comunicador, mas sem respostas também. Se ela estava me ouvindo ou tentou falar comigo, já não está mais.

Não sei quanto tempo se passou desde que Charles saiu. O apartamento estava silencioso, então duvido muito que ele esteja aqui. O único som que ressoava pelo lugar, eram meus soluços. Talvez eu esteja desidratada de tanto chorar. Perdi totalmente o controle.

Até que ouço a porta balançar, a maçaneta se mover, mas nada acontece.

— Jenni? — É a voz de Olívia. — Jenni, você tá aí?

— Sim — mal entendo o tom exato da minha voz, acho que foi destruída também. — Estou aqui. Você não consegue abrir?

— Não — a maçaneta se move mais uma vez, sem sucesso. — Estou com uma chave inteligente, mas não está funcionando. Por que não está funcionando?

Parece que ela estava falando mais consigo mesma do que comigo. Mesmo com o abafamento de som da madeira entre nós, é possível saber o quanto ela está enfurecida. Olívia solta uns 3 ou 4 palavrões em seguida. Depois chuta a porta, xinga a maçaneta de novo, ouço algo se quebrar ao fundo, mas nada dessa merda abrir.

— Liv? — Encosto o meu rosto na porta para tentar entender o que está acontecendo do outro lado. — O que você está fazendo?

— Tentando te tirar daí. O que mais seria, Jenni?

Fecho os olhos. Não sei se é só com a porta que ela está enfurecida.

— Acho que ele usou uma outra chave inteligente para bloquear.

— É, já entendi isso. — Ela responde em um tom mais baixo dessa vez, mas pude ouvi-la por parecer estar mais próxima a porta.

Um ruído sai da maçaneta, mas ainda assim, nada acontece.

— Estou tentando decodificar — ela aumenta o tom de voz. — Se estiver com a mão na maçaneta, recomendo retirá-la.

Me afasto um pouco da porta e encaro o objeto metálico à minha frente. A porta está com manchas de sangue da minha mão ferida, assim como o carpete. Não há nada neste cômodo que me ajudaria a rompê-la. E ainda tem o fato de a madeira ser rígida e não seria fácil quebrá-la.

Minha atenção vai até os papéis sobre a escrivaninha. Reviro as folhas e são anotações, cálculos, alguns arquivos impressos, testes e cópias de documentos, os quais não faço ideia do que ou de quem são. Reúno-os em uma pilha, dobro-os ao meio e tento empurrá-los no bolso interno do meu casaco.

LONG NIGHT ☾ [Dick Grayson • Nightwing]Onde histórias criam vida. Descubra agora