44. Gravidade

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17h49 25 de janeiro Gotham City

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17h49
25 de janeiro
Gotham City

JENNI REED

As poucas horas de sono que tive, depois que Dick deixou meu apartamento, foram suficientes para que alguns neurônios voltassem a funcionar com o mínimo de senso.

Não iria adiantar de nada ficar parada tentando entender os últimos dias e as informações que vi. E, muito menos, ficar tentando achar uma solução para uma vida que não é minha. É algo que precisarei relembrar a cada segundo, porque o meu coração está tentado dizer o contrário, mas preciso voltar a ter foco no que realmente vim fazer aqui.

Tenho que dar um jeito de salvar a minha missão. Meus pais eram os maiores mentirosos do mundo, mas eles não falhavam quando o assunto era trabalho. Eles não me enviariam até aqui para salvar o nosso universo às custas de outro. Eles não esconderam todo o plano dessa forma para que o resultado fosse esse. Tinha que haver uma saída, uma brecha, algo oculto que planejaram para que tudo funcionasse sem que pessoas mal-intencionadas o corrompesse.

Não estou me forçando a acreditar nisso, eu realmente acredito. Posso estar errada em não duvidar deles, mas até que algo me prove 100% o contrário, continuarei com esse pensamento.

E, também, sei que não conseguirei fazer isso sozinha. Então, por esse motivo, e muitos outros, estou encarando a porta do apartamento de Olívia. Ela pode até ignorar as minhas ligações, mas não vai conseguir se livrar de mim tão fácil. Estou determinada a passar o resto da noite apertando em sua campainha, se for necessário.

Mas não foi.
A porta se abre em menos de 2 minutos após o meu primeiro toque.

— Oi. — Digo, sem forçar nenhum sorriso desnecessário.

Olívia apenas me encara por alguns segundos e dá dois passos para o lado puxando a porta consigo, para que eu entre em seu apartamento.

— O que você quer, Jenni? — Ela questiona assim que fecha a porta atrás de si.

Me permito bisbilhotar a sua sala cheia de papéis e livros científicos por toda parte. Estão por cima do sofá, das poltronas, do móvel da televisão e sobre o tapete ao meio.

— Pedir desculpas — me viro para encará-la. — E ter uma conversa verdadeira, sem nenhuma mentira.

Olívia fecha mais o roupão marrom de veludo que está vestindo. O tipo de vestimenta perfeita para um sábado de frio. Gostaria de estar assim também, mas na minha casa, em meu mundo, sem nenhum problema mortal para me preocupar enquanto maratono alguma série de qualidade duvidosa. Uma coisa simples. Sinto falta da simplicidade.

— Estou ouvindo.

Respiro fundo. Pretendo, ao menos hoje, não falar nenhuma besteira para ninguém.

— Negligenciei a sua confiança e, por isso, eu sinto muito. — Minhas palavras soam firmes, espero que continuem assim. — E a verdade é que preciso da sua ajuda. Não sei onde estava com a cabeça quando pensei que conseguiria enfrentar um psicopata sozinha. Peço desculpas também por todas as coisas que disse naquele dia. Você tinha razão, critiquei tanto os meus pais por mentirem para mim, e acabei fazendo o mesmo com as pessoas que confio. Talvez, no fundo, eu realmente seja igual a eles.

LONG NIGHT ☾ [Dick Grayson • Nightwing]Onde histórias criam vida. Descubra agora