LONG NIGHT ☾ [Dick Grayson • Nightwing]

49. Tudo O Que Eu Queria

21h20
14 de fevereiro
Gotham City

JENNI REED

E foi o que ele fez.
Os lábios de Dick estavam sobre os meus me entregando ao que parecia ser o nosso primeiro beijo. Era intenso, caloroso, cheio de paixão, desejo, e todas as palavras não ditas que escondemos durante as últimas semanas.

E talvez esse seja o nosso primeiro beijo. A primeira vez em que nossos lábios se encontram e que não há uma mentira entre nós. Nenhuma meia-verdade. Nenhuma camada protetora. Nenhum escudo. Apenas a verdade.

O furacão de sentimentos dentro de mim é ainda mais intenso do que eu me lembrava. Sinto tudo de uma vez só; as batidas aceleradas do meu coração, o frio na barriga que é instantaneamente aquecido pelo calor que se dissipa por todo o meu corpo, a sincronia perfeita de nossos beijos se misturando em uma dança sem coreografia, mas que é impecavelmente harmônica.

Não faço esforço algum em me conter porque não quero. O que quero é esse momento por inteiro. O que quero é ele por inteiro.

Por isso, não recuo quando Dick me pressiona contra a porta enquanto uma de suas mãos descem lentamente pelo meu corpo, com a outra segurando minha nuca, como se eu pudesse escapar. Eu jamais escaparia dele.

— Eu te disse que faríamos as pazes jogados em uma parede — digo em seus lábios, sem conseguir conter o sorriso enorme nos meus.

Abro os olhos e vejo que a expressão dele não está tão diferente da minha, exceto pelo olhar mais profundo que ele já me lançou desde que o conheço. É como se Dick tivesse visão raio-X e pudesse ver o turbilhão de sentimentos e sensações fervendo sob minha pele.

­— Isso não é uma parede — ele diz, mas sem deixar espaço para que eu possa contestá-lo, colando novamente sua boca na minha.

E, também, não há espaço suficiente para nós dois aqui, mas nos dissolvemos um no outro para que as medidas desse cubículo possam acomodar dois apaixonados incontrolados.

— Você não faz ideia do quanto eu sinto a sua falta — Dick afasta nossos rostos minimamente, me olhando nos olhos e colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Esses foram os 23 dias mais torturantes da minha vida.

— Você estava contando? — Deslizo meus dedos pelos fios macios de seus cabelos na nuca.

— Sim — seus lábios encostam suavemente nos meus. — Os dias.

Ele beija o canto da minha boca.

— As horas.

Percorre toda a minha bochecha.

— Os minutos.

Sinto seus lábios próximos a ponta da minha orelha até começarem a descer.

— E os segundos.