41. Por Nada

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21h20 24 de janeiro Blüdhaven

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21h20
24 de janeiro
Blüdhaven

DICK GRAYSON

— E ela respondeu um "acho"? — Wally questiona, assim que entramos no meu apartamento.

— De tudo o que eu disse, você só pegou essa parte?

— Cara, entendi o lance mortal, dimensões, Ra's al Ghul... — Ele se joga no sofá e retira a máscara de seu traje. — Mas isso é muito pior.

Respiro fundo e me sento ao seu lado. Tínhamos saído em patrulha no início da noite, mas desistimos, porque tudo estava estranhamente quieto demais. Depois da noite do ataque do Arrasa-Quarteirão, parece que a cidade ficou em estado pós apocalíptico. Nada pior acontecia, mas também, nada de bom. Então, resolvemos deixar os policiais fazerem o trabalho deles. Não me opus quando Wally começou a reclamar que no meio de um deserto deveria ter mais crimes acontecendo do que em Blüdhaven essa noite. E eu também estou bem cansado. E estressado.

— Não sei o que eu faria se perguntasse para Linda se nós dois fossemos um erro e ela respondesse "acho que sim". — Wally pega o celular e começa a procurar um delivery. — Provavelmente, eu cogitaria em me aliar à Liga das Sombras.

Balanço a cabeça, já sem muita paciência para falar sobre esse assunto. Tiro a máscara e as luvas, e as jogo na mesa à nossa frente.

— Não é a mesma coisa.

— É literalmente a mesma coisa — ele responde sem me olhar, ainda rolando a tela do celular. — E sei que você já está sabotando tudo pela simples falta do diálogo, mas saiba que é a mesma coisa.

— Qual a parte do "outro universo" você não entendeu? E não é a mesma coisa, porque você e a Linda estão juntos há anos. Jenni e eu... — involuntariamente, cruzo os braços, como se precisasse abafar e trancar esse sentimento até ele desaparecer. — Eu mal a conheço, na verdade.

Wally me lança um olhar de canto, com todos os julgamentos possíveis, e volta a escolher as incontáveis pizzas que o seu metabolismo precisa para sobreviver.

— Lembro bem uma vez que você mencionou a palavra intensidade. — Ele vira a cabeça para me olhar. — E, bom, quando isso acontece, o tempo se torna relativo. Não importa se são 3 anos ou 3 meses, a sensação sempre vai ser a mesma.

— Mas que diferença isso faz agora? — Sinto que estou perguntando isso mais para mim mesmo do que para ele. — Não vai nos levar a lugar algum, mesmo se quiséssemos. Então, muito antes de eu poder sabotar alguma coisa, como você disse, ela mesma já fez isso.

Ouço a gargalhada barulhenta do meu amigo ecoar pela sala que até o faz inclinar a cabeça para trás. Queria achar graça da minha própria desgraça, mas dessa vez, está incomodando muito mais do que eu poderia imaginar.

LONG NIGHT ☾ [Dick Grayson • Nightwing]Onde histórias criam vida. Descubra agora