LONG NIGHT ☾ [Dick Grayson • Nightwing]

43. Minha Face Honesta

02h27
25 de janeiro
Gotham City – Apartamento de Jenni Reed

JENNI REED

Meus olhos se entreabrem, mas ainda muito sonolentos.
Tive um sonho horrível. Quer dizer, não foi tão horrível assim. Só foi vergonhoso demais.

Tateio o móvel ao lado da minha cama em busca do meu celular, mas sinto nada. Me sento e forço meus olhos a abrirem por completo, mas não o vejo pela cama também.

Lembro que estava na Sala Operacional, então acredito que devo ter deixado por lá. E lembro também que estava bebendo vinho, acho que até mais do que deveria. Agora, como eu vim parar no meu quarto, perfeitamente coberta e confortável? Isso eu não lembro. Minha cabeça está pesada e estou sentindo muito sono.

Deixo meu corpo cair de volta na cama e, em um espanto, percebo que meus cabelos estão úmidos. Vejo que estou com um conjunto de pijama de moletom. Pisco uma, duas, três vezes para tentar lembrar. Costumo ser uma bêbada consciente e sei que passei do ponto. Mas de apagar a memória? Isso não acontece. Eu até sonhei que estava tomando banho, mas isso era um sonho. Estranho sonhar que se está tomando banho. Só teria graça se fosse com um certo alguém em específico, mas eu estava sozinha.

Tento acomodar melhor a minha cabeça nos travesseiros e sinto vontade de beber uns 3 litros de água de uma vez só. Me esforço para ignorar a sede, mas ela está mais forte que o normal. Então, me enrolo em uma manta que estava sobre a cama e saio me arrastando do quarto, parecendo um casulo ambulante.

Antes mesmo de chegar na sala, vejo que a TV está ligada e...
Puta que pariu.

Ah, não.
Não, não, não.

Não era um sonho?

Vejo o rosto de Dick virar em minha direção sobre o encosto do sofá e, no mesmo instante, ele se levanta e dá vários passos até chegar na entrada da sala, onde estou. Imóvel, com cara de assustada – provavelmente – os olhos arregalados, e segurando essa manta em volta dos meus braços, como se a minha vida dependesse dela.

— Quer alguma coisa? — Ele pergunta, calmamente. — Ainda está se sentindo mal?

Merda.
Não foi um sonho mesmo.

— Só preciso tomar o equivalente a um caminhão pipa de água — minha voz sai em um tom baixo demais. Que vergonha.

Os lábios de Dick se curvam levemente em um pequeno sorriso fechado. E antes mesmo que eu pudesse chegar na cozinha, ele já estava enchendo um copo de água e, sem seguida, o desliza na minha direção sobre a bancada.

Por que ele está me ajudando?

— Obrigada — digo após tomar mais da metade do copo. — Por que você está aqui?