𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟔𝟎

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𝔈𝔰𝔱𝔯𝔞𝔡𝔞 𝔡𝔢 𝔐𝔶𝔯

  No quarto dia da jornada, os raios dourados do sol penetravam a densa folhagem da floresta, formando padrões brilhantes no chão revestido de musgo. Laena e Harwin encontravam-se no centro de um pequeno claro, onde seus cavalos pastavam tranquilos, seguros pelas rédeas amarradas a uma árvore robusta. Diante deles, uma fogueira crepitava, projetando sombras dançantes sobre a vegetação ao redor, enquanto uma lebre assava lentamente sobre as chamas. Harwin, habilmente virando a carne no espeto improvisado, lançou um olhar pensativo para Laena.

- Quando acredita que alcançaremos a residência desse homem? - indagou o rapaz.

- Estaremos lá amanhã à noite - afirmou Laena, acariciando seus cabelos agora curtos.

- Acha que crescerá rapidamente? - perguntou ele.

- Não sei - respondeu ela - mas certamente estará suficientemente bonito para que eu permita que Alicent, finalmente, faça um penteado quando retornarmos à casa - ela riu.

- Vovó ficará encantada - disse Harwin, rindo.

- Quando voltarmos para casa, nunca mais reclamarei de suas broncas, nem quando ela insistir para eu vestir um vestido delicado - afirmou a moça.

- Sente saudade dela a ponto disso? - questionou Harwin.

- Sinto saudades de casa... Alicent fazia parte dela...

- Ela é uma excelente avó - disse Harwin 

- já imaginou como será incrível quando voltarmos? Todos pensam que estamos mortos; será espetacular quando nos virem retornando.

  Laena, com os olhos fixos nas chamas dançantes, assentiu, perdida em seus próprios pensamentos.

- Sim, Harwin - murmurou. 

  O olhar de Harwin caiu sobre a moça, e ele se atreveu a fazer a pergunta mais uma vez.

- Não respondeu à minha pergunta - disse Harwin - ama alguém?

  Laena suspirou profundamente antes de encarar novamente o fogo

- Maelor seria um bom pretendente... Eu consideraria casar-me com ele, se fosse necessário escolher - retirou o espeto com a carne do fogo.

  Harwin, surpreso, virou-se para encarar Laena, e em seus olhos havia uma mistura de compreensão e apoio.

 - Sinceramente, vamos admitir, Maelor é um homem incrível - disse Harwin, fazendo Laena rir - com todo o respeito à minha amada noiva, deixaria Maelor me jogar na lama e me humilhar o quanto quisesse.

 Laena não pôde conter suas risadas diante da pronunciação de Harwin, enquanto as chamas dançavam sob o crepúsculo na floresta, os dois primos compartilhavam um momento de conexão profunda. Enquanto Laena e Harwin desfrutavam de uma refeição improvisada, as chamas da fogueira projetavam uma luz suave sobre a cena, pintando sombras dançantes nas árvores ao redor. O crepitar do fogo se mesclava ao som sereno da noite, criando uma atmosfera acolhedora. Os primos trocavam histórias e risadas, aproveitando a pausa em sua jornada.

  De repente, o momento foi quebrado pelo som de passos silenciosos se aproximando. Laena e Harwin, alertas, voltaram-se para a origem do som, apenas para serem surpreendidos pela aparição silenciosa de dois homens. Um deles era alto e robusto, tão musculoso que transmitia a impressão de possuir uma força além da capacidade humana. O homem grande carregava consigo uma marreta que rivalizava em tamanho com ele. Já o segundo homem, embora menor que o primeiro, era ainda mais alto que Laena e Harwin, e sua presença parecia ainda mais ameaçadora.

The dragon and the blade - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora