The dragon and the blade - Aemond Targaryen

𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟏

  𝔎𝔦𝔫𝔤𝔰 𝔏𝔞𝔫𝔡𝔦𝔫𝔤 - 𝔖𝔲𝔩

  Nos aposentos de Aemond e Lyanna, o clima pesado tornava o ar denso e sufocante. O ambiente era ricamente decorado, com tapeçarias antigas e móveis imponentes que pareciam perder seu esplendor diante da tensão existente. Anteriormente, os jantares de Lyanna e Aemond eram repletos de felicidade e juras de amor, mas dessa vez, a atmosfera era carregada de silêncio e angústia. Cada gesto, cada olhar, ressaltava o abismo crescente entre eles.Lyanna, de semblante sério, consumia sua refeição pacificamente, sem se importar com o marido. Seus olhos cansados refletiam a decepção e a mágoa que haviam se acumulado ao longo dos anos. Aemond, por sua vez, parecia uma criança sendo punida com o silêncio, torturado pela ausência de palavras da esposa.

- Eu reconheço meus erros na criação de Maelor -  começou Aemond, sua voz carregada de arrependimento e tristeza. - Reconheço que possuo favoritismo em relação a Aemon. Sei o quanto exijo mais de Laena e, ao mesmo tempo, faço com que ela se sinta superior aos irmãos. Reconheço que negligencio a atenção que Lyssa necessita de um pai. Reconheço que não sou um marido exemplar e que cometi muitos erros.

  Lyanna permaneceu em silêncio, sua expressão impassível. Ela continuou a comer sua refeição, como se as palavras de Aemond não encontrassem eco em seu coração partido.

- Você não vai nem olhar para mim? - ele disse em um impulso desesperado por atenção, buscando desesperadamente algum sinal de conexão em seu olhar.

   Lyanna concluiu sua refeição e limpou delicadamente o canto dos lábios com o guardanapo. Em seguida, levantou-se para se deitar na cama, como se desejasse evitar qualquer confronto direto com seu marido. Aemond, movido por um impulso desesperado por uma conexão com sua esposa, levantou-se e se aproximou dela.

- Eu os amo! Todos eles! - ele exclamou, sua voz soando como uma oração cheia de fervor. -Amo cada parte deles. Acredite, eu morreria por eles, mataria por eles, roubaria por eles e mentiria por eles!

  Lyanna, com uma expressão de desdém, se virou para ele. Seus olhos pareciam cansados.

- Não é para mim que você tem que provar que os ama, eu já sei disso - ela disse, sua voz carregada de amargura. - É para eles que você precisa provar isso.

  As palavras de Lyanna atingiram Aemond em cheio, como uma punhalada no coração. Ele abaixou a cabeça, onde seu único olho se fixou em uma taça de vinho, sentindo-se derrotado e impotente diante da realidade de seu relacionamento conturbado com Maelor. Sem dirigir mais palavras à sua esposa, Aemond deixou o quarto, carregando consigo um aperto no peito.

  Os aposentos de Maelor estavam envoltos em uma penumbra suave, enquanto as velas lançavam sombras dançantes pelas paredes. O silêncio imperava no ar, sendo interrompido apenas pelos passos distantes dos servos que transitavam pelo castelo. Maelor, sentado à mesa, observava seu jantar ser retirado, enquanto discretamente dividia sua refeição com o gato de estimação do príncipe Joffrey. Seu apetite havia desaparecido completamente, envolto em preocupações e tormentos internos.

  Naquele momento, uma batida ressoou na porta, fazendo Maelor estremecer. Ele sentiu um aperto no peito, imaginando que seria alvo de mais repreensões por parte de seu pai. O guarda adentrou o quarto e anunciou a presença de Aemond, trazendo consigo um semblante sério que imediatamente intimidou o jovem príncipe. Maelor escondeu suas mãos trêmulas nos bolsos, enquanto seu pai se aproximava após o guarda fechar a porta, preenchendo o quarto com uma tensão palpável.

  Aemond, com passos cuidadosos, procurava as palavras certas para iniciar o diálogo. Ele sentia o peso esmagador de sua falha como pai e ansiava transmitir seu arrependimento e amor genuíno por Maelor.