𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟕𝟑

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𝔉𝔬𝔯𝔱𝔞𝔩𝔢𝔷𝔞 𝔡𝔢 𝔐𝔞𝔯𝔣𝔦𝔪

  Após ceifar a vida de Jane, os desgarradores gritos de agonia de Esme ecoaram pelos corredores, preenchendo o ar com uma aura de sofrimento. A esposa de Alec, tomada pelo desespero, fez uma tentativa desesperada de se lançar da torre, buscando escapar da cruel realidade que se desdobrava diante de seus olhos. Maelor, impassível diante do caos emocional que se desencadeava, abandonou a sala após garantir que a mulher estava seguramente aprisionada pelas correntes que envolviam seu pescoço e tornozelos. A frieza de sua ação contrastava com a intensidade das emoções que assolavam o ambiente, criando uma atmosfera sombria e impregnada de tragédia.

  Os passos gélidos de Maelor reverberavam ao longo do corredor, criando uma melodia sinistra que ressoava como um lamento para os fantasmas que talvez vagassem na penumbra. Cada passo, pesado como uma rocha, carregava consigo a marca indelével de uma presença impiedosa. Enquanto ele avançava, o sutil murmúrio das asas de seu dragão adicionava uma camada adicional de inquietude, contribuindo para a composição do som perturbador que permeava o corredor. A atmosfera ao redor parecia impregnada com a presença de Maelor, como se o próprio corredor absorvesse a frieza de sua crueldade. O som de seus passos ecoava como um aviso silencioso, anunciando a chegada iminente de uma figura cuja natureza sombria personificava a essência mais fria e desalmada de um ser humano. Era como se o próprio corredor estivesse testemunhando a encarnação mórbida da crueldade, enquanto Maelor avançava com uma determinação inexorável, deixando para trás a trilha sonora perturbadora de sua presença.

 Entretanto, em um instante fugaz, um vulto ágil atravessou o caminho de Maelor, provocando um sobressalto no Targaryen de cabelos azuis. Uma sensação gélida percorreu sua espinha, enquanto seus pelos se eriçavam involuntariamente diante da presença fugidia. O misterioso vulto deslizou pelo corredor em direção a um destino desconhecido, desencadeando uma reação imediata em Maelor. Em um impulso, ele sacou sua adaga, determinado a perseguir a sombra que se dissolvia rapidamente, escapando pelos intrincados corredores à sua frente.

  O castelo pulsava com uma energia distorcida enquanto Maelor, envolto na penumbra das suas próprias obsessões, continuava sua desenfreada perseguição à sombra fugaz. Os corredores, agora distorcidos em sua visão alterada, se estendiam como serpentes entrelaçadas, desafiando a lógica e a compreensão.

A sombra, antes clara e definida, agora assumia formas cambiantes, como se fosse um reflexo instável dos pensamentos tumultuados de Maelor. O Targaryen, seus passos ecoando pelas pedras gastas do castelo, mal percebia as vozes dos guardas que tentavam entender a insanidade que se desenrolava diante deles. Guardas corriam para interceptar Maelor, suas vozes ansiosas ecoando pelos corredores labirínticos. Tentavam gritar perguntas, oferecer ajuda, mas Maelor, com olhos selvagens e determinação desmedida, os ignorava. Cada chamado era engolido pela cacofonia caótica que ressoava em sua mente atormentada.Os corredores, antes familiares, agora se transformavam em um mosaico surreal de sombras e luzes. Maelor, guiado por uma força desconhecida, virava em esquinas obscuras e passagens estreitas, seu corpo movendo-se em um frenesi quase dançante. Os guardas, perplexos, viam o Targaryen se afastar, seus rostos refletindo a confusão diante do espetáculo surreal.Maelor, mergulhado em um transe que só a loucura poderia proporcionar, sentia seu próprio corpo como se fosse uma extensão da sombra que perseguia. Cada esquina ultrapassada, cada guarda ignorado, só alimentava sua determinação enlouquecida. O mundo ao seu redor distorcia-se, e as fronteiras entre o real e o imaginário desvaneciam-se, como se estivesse preso em um pesadelo interminável. Enquanto os guardas tentavam entender o que estava acontecendo, Maelor desaparecia cada vez mais na escuridão sinistra do castelo, sua busca incessante pela sombra tornando-se uma dança frenética no limiar da sanidade e da loucura.

The dragon and the blade - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora