𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟖𝟑

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𝔈𝔰𝔱𝔯𝔞𝔡𝔞 𝔡𝔞𝔰 𝔯𝔢𝔡𝔬𝔫𝔡𝔢𝔷𝔞𝔰 𝔡𝔞 𝔣𝔬𝔯𝔱𝔞𝔩𝔢𝔷𝔞 𝔫𝔢𝔤𝔯𝔞

  O exército avançava imperturbável em direção à imponente Fortaleza Negra, uma força colossal composta por sete mil homens, seis mil cavalos e quatro dragões. O propósito era claro: encerrar a guerra com Aegon II, quer este se rendesse ou decidisse enfrentar a iminente resolução do conflito. Os dragões sobrevoavam os céus, observando cada movimento estratégico, e Meleys, em especial, mantinha sua atenção focada em Aemon. Uma conexão peculiar parecia existir entre eles, evidenciada pelo instinto protetor de Meleys, que crescera ainda mais desde que o príncipe sofrera ferimentos. Um leve sorriso enfeitava o rosto de Aemon, reconhecendo o cuidado singular de sua Rainha Vermelha.

  Enquanto Aemon cavalgava ao lado de seu pai, sua posição também o colocava próximo a Maelor. Era como se Aemon estivesse erigindo uma barreira protetora entre Aemond e Maelor, antecipando qualquer possível conflito durante a jornada rumo ao confronto final. Num breve momento de silêncio, Aemond quebrou-o com palavras murmuradas, destinadas apenas a Aemon.

- O que Daemon fez com seu irmão? - indagou ele.

Aemon, mantendo sua atenção no horizonte, respondeu com seriedade, suas palavras carregadas de peso e tristeza.

- Ele treinou Maelor, mas não foi um treinamento convencional. Maelor foi submetido à tortura, tanto por Daemon quanto pelos horrores da guerra. Eu deveria tê-lo protegido, assim como ele fez por mim, mas não fui capaz de impedir que sofresse às mãos de Daemon.

Aemond, compreendendo a complexidade do momento, buscou confortar Aemon com palavras firmes.

- Não fale como se fosse sua culpa. Você fez o que pôde. - disse ele, reconhecendo a angústia na voz de Aemon e a complexidade da situação em que se encontravam. A jornada para a Fortaleza Negra era marcada não apenas pela busca da vitória, mas também pela sombra do passado que pairava sobre Maelor e Aemon.

  Enquanto pai e filho trocavam palavras sobre a estratégia a ser adotada diante da sombra que envolvia Maelor, este último encontrava-se submerso em suas próprias frustrações, perdido em pensamentos turbulentos que o assombravam. A expressão sombria em seu rosto evidenciava a tempestade interna que o consumia, obscurecendo a chama que outrora iluminara seus olhos.

- Por que diabos estamos montando uma cavalaria inteira quando temos quatro dragões à disposição? Deveríamos devastar a Fortaleza Negra de Aegon da mesma forma que fizemos com a fortaleza de marfim! - desabafou Maelor para Daemon, suas palavras carregadas de desespero e descontentamento.

Daemon, por sua vez, manteve a calma, respondendo à explosão emocional de seu sobrinho com uma serenidade calculada.

 - Não se esqueça de que eles têm sua avó como refém. Se optarmos pelo ataque direto, Alicent encontrará um destino trágico nas mãos deles. E se eu retornar a King's Landing com ela morta, Rhaenyra me relegará à Muralha. - explicou Daemon, pontuando a complexidade e as implicações delicadas da situação.

  As palavras de Daemon pareciam ecoar no ar, ecoando a gravidade do dilema que envolvia a vida de Alicent. Maelor, ainda mergulhado em seu próprio tormento, ergueu o olhar, fixando-o em Daemon com uma mistura de desespero e frustração.

- Então, qual é o plano afinal? Vamos nos posicionar diante da fortaleza como cavalheiros diplomatas, clamando pela libertação de Alicent, enquanto secretamente desejamos a cabeça de Aegon em uma bandeja de prata? - Maelor retrucou, sua ironia cortante ecoando no ar.

  Daemon, porém, não se deixou abalar pela acidez das palavras de Maelor. Com um sorriso calculado, ele revelou o plano meticulosamente elaborado que visava desestabilizar as defesas de Aegon II.

The dragon and the blade - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora