𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟑

378 30 0
                                    

 𝔉𝔬𝔯𝔱𝔢 𝔡𝔬 𝔭𝔞𝔳𝔬𝔯 - 𝔑𝔬𝔯𝔱𝔢

  Joanna, a bastarda mais nova de Ivar, movia-se rapidamente pelos extensos corredores do castelo, impulsionada por uma ansiedade palpável que se refletia em seu sorriso radiante. Cada passo apressado ecoava pelo ambiente majestoso, onde as paredes de pedra maciça se erguiam imponentes, adornadas com tapeçarias antigas que contavam histórias de heróis lendários.

  A garota estava determinada a chegar rapidamente ao seu quarto, onde um monte de cartas de Maelor, seu amado, aguardava sua atenção ansiosa. Seus olhos brilhantes revelavam a antecipação que a impelia adiante, como se cada segundo fosse uma eternidade a ser superada.

  Enquanto atravessava o corredor, seus cabelos castanho claro esvoaçavam atrás dela, adicionando uma aura de movimento e energia à sua figura esbelta. No entanto, em sua pressa fervorosa, ela acidentalmente colidiu com o balde de água que estava sendo cuidadosamente manejado por Guysla.

- Joanna! - exclamou sua irmã mais velha, repreendendo-a pelo ato desatento.

  Mas Joanna, imperturbável, não parou nem por um momento. Seu pedido de desculpas voou aos ouvidos de Guysla quase despercebido, pois sua mente e coração estavam completamente imersos na perspectiva de ler as palavras doces e apaixonadas escritas por Maelor. Ainda assim, um traço de arrependimento somou-se à sua corrida apressada, mesmo que brevemente, enquanto ela desaparecia pelo corredor adiante.


 Após entrar apressadamente em seu modesto quarto, Joanna fechou a porta atrás de si e lançou-se sobre a cama, pulsando de animação enquanto segurava a tão aguardada carta em suas mãos trêmulas. Seus olhos brilhavam com intensidade, ansiosos para absorver cada palavra escrita por Maelor, enquanto sua mente projetava a imagem cativante do jovem em sua mente.

  O quarto de Joanna, concedido pelos Bolton como uma concessão mínima à sua condição de bastarda, apresentava uma atmosfera humilde e reclusa. As paredes, úmidas e desgastadas pelo tempo, pareciam suspirar silenciosamente as histórias do passado. O espaço era limitado, com apenas o suficiente para abrigar uma cama mal arrumada e suja, uma mesa modesta e uma comoda simples.

  A iluminação naquela câmara sombria provinha de uma única janela pequena, cuja moldura desgastada permitia a entrada de um raio tímido de luz. Era o único vislumbre da vida exterior que Joanna tinha, uma conexão frágil com o mundo além de seus limitados aposentos. Uma caixa modesta repousava sobre a mesa, sua função clara como o santuário onde Joanna guardava seu precioso papel e tinta, permitindo-lhe expressar seus pensamentos e emoções por meio da escrita.

  Olhando para as cartas em suas mãos, Joanna notou o selo característico dos Targaryen, símbolo inconfundível da origem de seu amado Maelor. Aquele pequeno detalhe conferia um ar de mistério e importância às palavras escritas no papel.

  Antes de permitir-se o prazer de mergulhar nas cartas, Joanna foi surpreendida pela entrada furiosa de Guysla em seu quarto. O olhar da jovem bastarda encontrou o da irmã, que parecia ainda mais exasperada ao deparar-se com o selo Targaryen na correspondência em suas mãos trêmulas.

- Você derrubou o balde no chão logo depois que eu o tinha acabado de limpar! Você tem ideia de como estou exausta? Passei o dia inteiro esfregando o chão desse maldito lugar! - vociferou Guysla, despejando sua frustração com cada palavra proferida.

- Eu sinto muito, não foi minha intenção - respondeu em um tom de voz apaziguador.

  Entretanto, a raiva de Guysla parecia ter se alimentado do próprio ar ao seu redor. Com um movimento rápido, ela arrancou as cartas de Maelor das mãos de Joanna, agarrando-as com uma força que revelava sua inabalável desaprovação. 

The dragon and the blade - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora