𝔄𝔤𝔲𝔞𝔰 𝔞 𝔠𝔞𝔪𝔦𝔫𝔥𝔬 𝔡𝔢 𝔈𝔰𝔰𝔬𝔰
Lyanna encontrava-se no convés majestoso do navio, onde os ventos marinhos acariciavam seus cabelos como carícias vindas do mar. A emoção de avistar, finalmente, seus filhos na linha do horizonte aquecia seu coração, como se, após um período obscuro desde o início da guerra, a promessa de felicidade estivesse prestes a se cumprir.
Observando atentamente, ela contemplava a gigantesca bandeira que ostentava o símbolo imponente da Casa Bolton. Para Lyanna, aquela era mais do que uma mera representação heráldica; era a personificação de sua linhagem, um emblema que pulsava com o sangue de sua família, e, acima de tudo, um símbolo de orgulho inabalável. Cada curva, cada linha da insígnia era um reflexo do que ela amava e protegia com fervor. Naquele símbolo, ela via sua história, suas raízes e o legado que se estendia através das gerações, permeando sua existência com um sentimento de pertencimento e honra.
Foi então que ela avistou os navios aproximando-se da frota Bolton, embarcações familiares que já esperava ver, assim como bem lá longe no céu, ela viu Arrax nos céus graciosamente monitorando a frota. Os navios Velaryon, imponentes em tamanho, ostentavam a bandeira com o orgulhoso cavalo marinho, símbolo inconfundível da Casa Velaryon. Lyanna sabia que, ao avistar sua figura naquele navio, Luke não conseguiria evitar dramatizar a situação, afirmando que Aemond decapitaria-o por permitir sua presença. No entanto, Lyanna estava determinada a fazer o que queria, e nada impediria seu intento.
Conforme antecipado, Lyanna observou o navio de Lucerys deslizar ao lado do seu. Cumprimentando Ivar com um aceno, Lucerys notou a presença de Lyanna. O rosto pálido que herdara de sua mãe, Rhaenyra, pareceu tornar-se ainda mais branco naquele momento, quase desmaiando diante da surpresa. Lucerys arregalou os olhos e sinalizou para que seu navio se aproximasse ainda mais do navio Bolton. Com uma corda como apoio, Lucerys pulou do navio Velaryon para o de Ivar, pousando no convés com um misto de preocupação e quase desequilíbrio. Correndo até Lyanna, ele segurou-lhe o braço com firmeza.
- Sete infernos! Você tem noção do que Aemond vai fazer comigo quando me ver com você? Ele vai arrancar minha cabeça! - exclamou ele.
- Meu marido compreenderá assim que me ver; não se preocupe.
- Lyanna, pedi-lhe que permanecesse em Driftmark. Nem mesmo King's Landing é seguro, e você vem para a linha de frente da batalha? - questionou ele. - E como escapou de Driftmark?
- Eu não era uma prisioneira, era? - indagou ela.
- Lorde Velaryon. - cumprimentou Ivar se aproximando.
- Lorde Bolton - respondeu Luke, demonstrando respeito. - Perdoe-me pela invasão ao seu navio; precisava verificar de perto se era mesmo Lyanna ou se eu estava ficando louco.
- Minha irmã veio até mim. Nada impede uma Bolton de conquistar o que deseja. - riu Ivar.
A troca de palavras entre Lucerys, Lyanna e Ivar reverberava no convés, enquanto a brisa salgada do mar testemunhava o encontro inusitado. Lucerys, ainda segurando o braço de Lyanna, tentava recompor-se da surpresa, enquanto Ivar Bolton observava a interação com um misto de curiosidade e satisfação. Lyanna, com um olhar decidido, dirigiu-se a Lucerys, ignorando as preocupações expressas por ele.
- Não há tempo para discussões agora, Lucerys. Estamos à beira de uma batalha crucial, e todos os reforços são necessários. Não temos tempo para lamentações ou repreensões.
Lucerys, embora ainda visivelmente abalado, assentiu com relutância. A tensão no ar era palpável, mas a urgência da situação prevalecia sobre qualquer desavença pessoal.Ivar, interrompendo o momento tenso, dirigiu-se a ambos com um sorriso sutil.
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The dragon and the blade - Aemond Targaryen
أدب الهواةNo frio implacável do início do inverno, Aemond e Lyanna encontraram-se no Norte, onde as raízes do destino se entrelaçaram. Num lugar que não saúda com agrado a chegada de estrangeiros, o príncipe caolho desafiou as expectativas ao levar consigo um...