𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟕𝟏

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ℜ𝔢𝔡𝔬𝔫𝔡𝔢𝔷𝔞𝔰 𝔡𝔞 𝔉𝔬𝔯𝔱𝔞𝔩𝔢𝔷𝔞 𝔡𝔢 𝔐𝔞𝔯𝔣𝔦𝔪

  Na obscuridade daquela noite, o vilarejo que repousava nas proximidades experimentou um pesadelo sem precedentes, mergulhando nas profundezas da fúria desenfreada de Maelor Targaryen. Montado em seu dragão, uma força da natureza alada, o príncipe conduzia consigo um séquito sinistro de aproximadamente quarenta homens, cujas intenções eram tão sombrias quanto a própria noite. O espectro de destruição começou com a floresta circundante, que se tornou o cenário macabro para o prólogo dessa terrível narrativa. Maelor, em seu esplendor draconiano, desencadeou as chamas devoradoras, transformando o pacífico bosque em um verdadeiro inferno na Terra. O estalo e o crepitar das labaredas dançavam em meio à escuridão, anunciando a chegada de uma calamidade que se aproximava rapidamente.

 Quando o ataque direto sobre o vilarejo começou, o horror alcançou seu auge. As chamas draconianas, alimentadas pelo ódio e pela vingança, arrastavam-se pelo ar noturno, mergulhando o assentamento em uma tempestade de fogo incontrolável. A pele dos habitantes derretia sob o calor insuportável, um tormento que transcendia o físico para adentrar o reino do inexprimível horror. Casas, antes sólidas de pedra e humildes abrigos de palha, tornaram-se presas fáceis para as línguas vorazes do fogo, condenadas a se tornarem cinzas efêmeras.

  A imagem dantesca do vilarejo consumido pelo fogo eterno era uma alegoria perturbadora, marcada pela desolação e pela destruição indiscriminada. O céu noturno testemunhava o espetáculo infernal, onde o fio tênue entre vida e morte desaparecia na voracidade inclemente das chamas draconianas. A visão de um vilarejo outrora sereno transformado em um cenário de pesadelo era uma prova da crueldade que emanava do coração de Maelor naquela noite, um capítulo sombrio na saga impiedosa dos Targaryen.

  Os renomados meistres, detentores da sabedoria e dos registros da história, deliberadamente escolheram manter nas sombras os pormenores do terrível evento que transcorreu naquele lugar. O massacre, impiedosamente desencadeado numa única noite, prolongou-se por um tormentoso ciclo de sete dias antes de atingir seu funesto desfecho. Ao longo desse intervalo de tempo, Maelor Targaryen, personificação de uma ferocidade sem limites, mergulhou nos abismos da crueldade, submetendo os moradores sobreviventes a um martírio incessante. Durante o período de sete dias, Maelor se entregou a uma sádica busca pela verdade, utilizando métodos brutais para extrair informações. O espectro da tortura tornou-se acentuado, à medida que o príncipe, em sua obstinação, interrogava os alquebrados residentes sobre a identidade daqueles que, traiçoeiramente, revelaram a localização das mulheres do exército Targaryen.

  O saldo de sofrimento se manifestou nas vidas ceifadas, e a cifra cruelmente elevada de duzentos e quarenta cidadãos do lugar pereceu diante da ira insaciável de Maelor e de seus homens. Uma vila outrora pacífica foi reduzida a escombros de desespero, cada destroço uma testemunha silenciosa da brutalidade desenfreada que se abateu sobre aquele rincão. O eco das lamentações ecoaria para além daquelas noites intermináveis, ecoando na eternidade sombria de uma memória que, mesmo entre os meistres, era relutantemente preservada nos anais da história, onde a verdade era encoberta por uma sombra de horror indizível.

  Maelor se apropriou de uma casa que, de forma inexplicável, permanecera imune à fúria devoradora das chamas de dragão. Essa morada, agora transformada em um recinto sombrio, se tornou o epicentro de uma brutal coreografia de tormento, meticulosamente delineada pelo príncipe para servir como palco de suas inquirições sádicas. O ambiente, mergulhado em um silêncio tangível, exalava o cheiro acre da desesperança, enquanto sombras dançavam nas paredes, testemunhas mudas do sofrimento que ali se desenrolava.

  Sentado com impassibilidade no chão gélido, Maelor contemplava o homem encarcerado diante dele. Suas mãos, cruelmente atadas, sinalizavam a impotência do prisioneiro, cujos olhos espelhavam o pavor e ansiavam por um alívio que parecia cada vez mais distante, como uma miragem espectral. A voz de Maelor rompeu o silêncio, ecoando por entre as paredes que pareciam absorver o peso de suas palavras: 

The dragon and the blade - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora