The dragon and the blade - Aemond Targaryen

𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟒𝟓

𝔉𝔬𝔯𝔱𝔞𝔩𝔢𝔷𝔞 𝔡𝔢 𝔐𝔞𝔯𝔣𝔦𝔪 - 𝔈𝔰𝔰𝔬𝔰

   Lyssa estava claramente confinada, uma prisioneira, não havia dúvidas quanto a isso. No entanto, por ordem de Aegon II, sua sobrinha tinha permissão para circular livremente pela fortaleza, desde que Lady Esme e três guardas a acompanhassem. Na fortaleza, não era segredo para ninguém que o rei tem nutrido certos desejos pela jovem. Essa situação não escapou aos olhos de Laysla. Que, em vez de proteger a garota do marido, Laysla, dominada pelo ciúme, optou por atormentar Lyssa. Com seu ciúme dominando suas ações, Laysla garantia atormentar cada vez mais a mente de Lyssa, seja inventando mentiras ou reduzindo deliberadamente a quantidade de comida servida à garota.

  Lyssa estava extremamente atenta, não apenas à maneira como Aegon II olhava para ela, mas também à forma como Laysla reagia a essas dinâmicas. Sob circunstâncias normais, o coração de Lyssa estaria aterrorizado, buscando refúgio nos braços protetores de seu pai para encontrar auxílio. Contudo, naquele momento, Aemond não estava presente, Maelor também não, e nem sua mãe ou Aemon estavam ao alcance, nem mesmo sua adorada irmã Laena poderia oferecer-lhe amparo. Diante dessa solidão e impulsionada por um instinto de sobrevivência, Lyssa começou a elaborar estratégias para utilizar os desejos de Aegon II a seu favor. A ideia surgida era a possibilidade de manipular a mente do rei contra sua própria esposa, vislumbrando uma oportunidade para escapar. Consciente de que seus irmãos estavam em um acampamento  militar distante junto de Daemon e Daeron, a garota planejava chegar até eles considerando que estavam mais próximos do que seus pais. Um fato marcante em sua mente era a narrativa compartilhada por Alicent, sua avó, sobre como seu pai a influenciara a seduzir o rei Viserys. Vestimentas mais provocantes, penteados práticos e a habilidade de aparentar interesse nas palavras do homem eram as artimanhas que Lady Alicent usara para subjugar Viserys. Era uma história triste, considerando a pouca idade de Alicent naquela época, porém Lyssa cogitava se utilizar da experiência da avó para escapar de sua própria prisão.
  Contudo, havia um fato a ser lembrado: Aegon II não se assemelhava a Viserys. Por isso, Lyssa reconhecia a necessidade de permanecer atenta a cada movimento do homem, ciente de que sua fuga dependia disso.

  Lyssa se ergueu da cama e girou a maçaneta da porta do quarto, onde lady Esme aguardava por ela. Com uma rápida determinação que surpreendeu a própria Esme, Lyssa a puxou para dentro do quarto, segurando-a pelos ombros.

- Eu preciso de um dos seus vestidos mais ousados -  declarou a princesa.

- Princesa, me perdoe, mas... não é um tanto jovem para isso? - Esme pareceu desconfiada.

- Por favor, é crucial impressionar meu noivo. Vou conhecê-lo em alguns dias e quero me habituar a usar roupas que o atraiam! -  disse, inventando a mentira mais improvisada que conseguiu.

  Esme ficou atônita por alguns instantes, até Lyssa gentilmente conduzi-la para fora do quarto.

- Princesa, eu não acho que isso seja adequado...

- Apenas traga o vestido! - ordenou Lyssa, fechando a porta na cara da mulher.

  Após fechar a porta com força, Lyssa permaneceu por um momento, encostada, com a respiração ofegante. Ela caminhou de um lado para o outro do quarto, inquieta, buscando um plano mais eficaz para capturar a atenção de Aegon II a ponto de garantir sua proximidade com a liberdade almejada. As histórias contadas por sua avó Alicent sobre a manipulação de Viserys ecoavam em sua mente. A angústia começava a envolvê-la: e se Aegon II não reagisse da mesma maneira que Viserys?
  O conhecido comportamento de Aegon II, incapaz de ficar sozinho com mulheres, assombrava Lyssa. Ela recordou o relato que Aemond fizera sobre o quase incidente quando Aegon II ficara a sós com Helaena. Ao contrário de Helaena, Lyssa não teria auxílio caso o homem tentasse ultrapassar limites. Quem viria em seu socorro?