𝔉𝔬𝔯𝔱𝔞𝔩𝔢𝔷𝔞 𝔫𝔢𝔤𝔯𝔞
O salão real, outrora adornado com esplendor e grandiosidade, tornou-se palco de uma tempestade emocional descomunal. Aegon II, o monarca atormentado pela dor da perda de seu amado dragão Sunfyre, irrompeu na sala com uma aura tempestuosa. Seus passos ressoavam como trovões, e a coroa em sua cabeça parecia pesar mais do que nunca, um fardo insustentável. O ambiente, que costumava ser um símbolo de poder e autoridade, viu-se subitamente transformado em uma cena caótica e selvagem. A mobília, meticulosamente esculpida e decorada, tornou-se vítima de um furacão desenfreado. Aegon começou a descarregar sua ira em objetos inanimados, lançando-os contra as paredes e assistindo ao espetáculo de destruição se desenrolar diante de seus olhos injetados de fúria.
Um tapete, que antes adornava o chão como um símbolo de riqueza e opulência, agora estava enrolado e despedaçado, testemunhando a brutalidade do desespero real. Os retratos reais, que outrora retratavam momentos de triunfo e glória, eram agora meros destroços de vidro e molduras retorcidas. Aegon arremessava cada item como se estivesse tentando desafiar o destino, buscando um alívio momentâneo para a dor que dilacerava sua alma. Os guardas do palácio, impotentes diante da fúria descontrolada de seu rei, observavam de longe, temendo interferir na tormenta emocional que se desenrolava diante deles. Os estilhaços brilhavam no ar como estrelas cadentes, cada fragmento uma representação da fragilidade daquilo que um dia foi inatingível.
Aegon II, na plenitude de sua raiva, parecia uma figura desencadeada pelos deuses. O rugir do monarca ecoava pelas paredes, misturando-se ao som dos objetos que se despedaçavam em sua mão. Cada movimento era uma dança selvagem de desespero, uma busca desenfreada por alguma forma de redenção ou alívio. Quando a última peça foi lançada e o último grito de desespero se dissipou, Aegon II permaneceu no centro do caos que criara. O silêncio que se seguiu era quase ensurdecedor, preenchido apenas pelo crepitar de destroços. O rei, agora exausto e vazio, olhava para o que restara de seu reino, uma visão de desolação que refletia sua própria tormenta interior.
O estrondo de objetos sendo arremessados e o eco de um rugido enfurecido ecoavam através dos corredores do palácio, anunciando a tempestade que se desencadeava no salão real. Laysla, entretanto, observava essa fúria de uma posição mais distante, uma testemunha oculta da ira devastadora de Aegon II. Enquanto o rei despejava sua raiva nas paredes e móveis, Laysla estava perdida em seus próprios pensamentos sombrios. Seus olhos, normalmente expressivos, pareciam opacos, refletindo a indiferença que abraçava sua alma naquele momento. Sua preocupação era egoísta, centrada em seu próprio bem-estar, ignorando as consequências que o furor de Aegon poderia trazer para todos ao seu redor.A
imagem de Baelon, o filho que compartilhava com Aegon, pairou momentaneamente em sua mente. No entanto, essa preocupação materna foi rapidamente substituída por uma autoindulgência gélida. Aegon e ela própria estavam imersos em suas próprias tormentas pessoais, perdidos em um mar de emoções turbulentas, e Baelon havia se tornado uma peça esquecida em meio ao caos.
A ironia do momento não escapou de Laysla. Dois pais, perdidos em suas próprias tristezas, não percebiam o filho que ficara para trás. Enquanto o mundo deles desmoronava, Baelon ficava à mercê dos eventos, um detalhe insignificante na epopeia de desespero que se desenrolava.Laysla permaneceu em sua posição, um espectador distante de um espetáculo de autodestruição. Não havia compaixão em seus olhos, apenas a sombra fria de alguém que priorizava suas próprias dores sobre as conexões familiares. A ironia amarga desse desenlace ecoava no vazio de sua alma, revelando a verdadeira extensão de sua indiferença diante da tragédia iminente.
Alec, tomado pelo desespero e temor, irrompeu na sala com uma violência que fez até mesmo os móveis tremerem. Seus olhos ardiam em angústia, as mãos tremendo enquanto a aflição transbordava de sua expressão. Gritos de "Esme" e "Jane" ecoavam pelos corredores do palácio, alimentados pelo terror da incerteza que se instalara em seu coração.
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The dragon and the blade - Aemond Targaryen
FanficNo frio implacável do início do inverno, Aemond e Lyanna encontraram-se no Norte, onde as raízes do destino se entrelaçaram. Num lugar que não saúda com agrado a chegada de estrangeiros, o príncipe caolho desafiou as expectativas ao levar consigo um...