Pérola Hernandes
Sinceramente, que se foda a escola, eu não aguento mais. Acabamos de entrar no 1º bimestre, mas sinceramente, não dá mais para mim.
― Ai, amiga, não é para tanto; é o nosso último ano. ― Helena sempre tentando ser positiva; isso me irritava às vezes.
― Isso me conforta. O que vai fazer sábado?
― É o aniversário da minha tia. Não consigo sair, mas você está convidadíssima.
― Mas eu nem conheço sua tia, não vou não.
― Vai sim, você conhece a filha dela, a Duda.
― Vou pensar, mas não quero ir de intrometida.
― Você vai sim. Enfim, amiga, já vou. ― Ela me deu um beijo doce na bochecha e foi até a sua prima que mexia no celular do outro lado da rua. Assim que ela percebeu meu olhar sobre ela, me direcionou com um sorriso, e eu fiz o mesmo. Elas foram embora, e minutos depois, Bernardo, meu irmão, apareceu; íamos almoçar juntos hoje. Abriu seu carro e fomos até um restaurante próximo.
― Vai querer o de sempre? ― Vínhamos muito aqui antes dele se mudar.
― Por favor. ― O de sempre era strogonoff e uma coca bem gelada.
― Estava pensando em começar a faculdade de advocacia e aceitar a ajuda do pai.
― Que bom! ― Eu fiquei super feliz, graças a Deus ele estava usando a cabeça finalmente.
― Mas não diz a ele; eu me convidei para almoçar com vocês domingo. ― Não estava sabendo dessa informação, mas fiquei contente em saber.
― Eu espero muito que a gente volte a ser uma família. ― Uma lágrima escorre dos meus olhos involuntariamente. ― Sinto sua falta, Ber.
― Não vai sentir mais, eu prometo. ― Ele sabe que comigo promessas são dívidas.