Capitulo 80

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Perola Hernandes

Minha cabeça doía um pouco, e meus olhos estavam pesados, como se ainda estivesse com sono. O doutor falava com meu pai no canto do quarto, e tia Larissa me abraçava enquanto chorava.

-Achei que ia te perder, meu amor - seus olhos inchados e o seu rosto entregavam que não dormia bem há um tempo.

-Eu estou bem, tia, está tudo bem.

-Maria Eduarda surtou no telefone, ela está a caminho.

-Como ela está?

-Veio todos os dias e sempre te trazia flores, todas essas são dela. Inclusive, ela se sentiu culpada por tudo que aconteceu - a culpa foi de ambas, já imagino como a sua mente deve estar. Tia Verá chegou com um sorriso tão lindo e com uma bandeja de bolo, provavelmente de chocolate pelo cheiro bom que entrou junto com ela.

-Você não tem noção do quanto estou feliz.

-Talvez eu tenha, tia. - Eduarda entrou no quarto, mas estava no canto e não falou nada nem se aproximou; mas assim que meu olhar se cruzou com o dela, seu emocional acabou ali; suas lágrimas saíram desesperadamente, eu a olhei e ela logo entendeu; veio até a cama, beijou minha testa e meu cangote; chorou ainda mais.

-Me desculpa... - ela soluçava, não consegui terminar de falar; e isso me quebrou; - Era pra ter sido eu.

-Eieieieiei, olha pra mim - sua pele, branca como é, já estava vermelha e seus olhos já estavam inchados, - era pra ser desse jeito, não era pra ser você. Está me ouvindo? - ela não esboçou nenhuma reação. - Está me ouvindo, Maria Eduarda? - ela concordou com a cabeça e logo em seguida beijou minha testa, sentou-se na poltrona ao lado; ela ficou quietinha, mas ainda vi chorando em alguns momentos, o que me destruía.

{....}

O dia todo fazendo exames, um tremendo saco; só queria voltar pra casa; mas aparentemente isso iria demorar, por que naquele momento eu era o milagre da medicina, e pode acreditar não me deixavam esquecer isso. Gatinha não foi embora à noite, ficou comigo a madrugada toda e não dormiu por nenhum segundo.

-Eu queria te fazer um pedido - ela se ajeitou na minha cama, roubando praticamente todo o espaço com o seu corpo.

-Qual? - fazíamos contato visual, e o seu sorriso iluminava toda a situação.

-Quer casar comigo? - o aparelho começou a disparar, indicando que meu coração estava acelerado e que estava prestes a ter um ataque cardíaco. Por um segundo, pensei que talvez casar agora faria com que eu perdesse minha juventude; mas se for pra perder isso com ela, eu não me importo porque não vai ser amor que vai faltar.

-É claro que sim, meu amor. - nos beijamos e o gosto de hospital chegou, mas nada que nos fizesse parar; ela transbordou amor e eu tentei retribuir essa sensação.

-Eu amo você - ela sussurrou enquanto beijava meu pescoço.

-Eu amo mais. - Voltei a beijá-la; eu vou CASAR e vai ser com a mulher da minha vida.


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