Capitulo 69

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Perola Hernandes

Minhas aulas acabaram, e vocês não podem imaginar o quão feliz estou; este final de semana Maria me chamou para ir à praia com ela e sua família; e eu, claro, aceitei. Mas antes precisava encarar meu pai, e eu não tinha tanta certeza da sua resposta quando entrei no escritório:

— Você tem um minuto?

— Sim — ele não fazia contato visual comigo; estava focado na tela do computador.

— Bom, semana que vem é a minha formatura e a Maria me deu uma viagem de presente. - Eu não queria correr o risco dele dizer não; então arrisquei.

— Para onde?

— Guarujá, e este final de semana.

— Eu não deveria deixar você ir, mas eu acho que vai ser bom; para todo mundo. Vou depositar um dinheiro para você. - Ele foi ríspido na última informação. - Mas alguma coisa? - E mais ainda nesta frase.

— Só isso, obrigada. - Sai, e fui até a cozinha; dona Ana estava fazendo o café, meu primeiro café depois de estar livre da escola.

— Está bom esse bolo?

— Está incrível, eu vou comer aqui hoje também.

— Seu pai vai surtar com você qualquer dia; você, toma café, almoça e janta aqui.

— Eu não quero comer com ela, e prefiro ficar aqui conversando com você.

Ela me olhou sorrateiramente, mas deixou um café da manhã na quantidade que eu sempre comia. Ela me contou que Caroline falou que sou sem educação, e sem ética; e disse que meu pai não disse uma palavra. Eu sinceramente, não liguei; depois de comer, ajudei Ana a lavar e secar a louça, subi para o quarto e fiquei fazendo tranças nas minhas bonecas que comprei para poder treinar em casa; até ser interrompida por batidas na porta.

— Pode entrar. - Achei que fosse Dona Ana, mas infelizmente me enganei; Caroline, a mãe irresponsável.

— Está indo bem nas tranças, eu e minha irmã trançávamos muito o cabelo uma da outra, queria muito que vocês a conhecessem.

— O seu filho querido não disse? Já conhecemos a tia Vera, inclusive já fomos lá e almoçamos e tudo. Somos próximos a ela, ou ele te escondeu isso? - Ela não sabia, e isso era notório.

— Realmente eu não sabia, mas enfim mudando de assunto; eu queria te falar sobre você e a sua amiga.

— Que amiga? Eu e a Helena?. - Me levantei para poder pegar mais jumbo do armário, e de lá ouvi a sua resposta que na maior cara de pau disse:

— A Maria, aquela má influência - fala sério, essa mulher é podre.

— Como eu já disse, Maria é a minha namorada e se você não concorda; problema é seu, mas deve nos respeitar. - Saí do armário, e fui para perto dela, face a face. - Eu não ligo se você voltou, se você vai casar com meu pai. Mas eu ligo para minha namorada, e eu exijo que você a respeite. - Ela não falava nada; puta que pariu. - VOCÊ ME OUVIU PORRA? - Sua expressão de assustada foi engraçada.

— Você defende ela, mas nunca me defenderia, né? Você não faz ideia de como isso pode doer para uma mãe.

— Sinceramente, eu não me importo, porque você não é minha mãe. Agora eu quero focar, pode se retirar. - Ela saiu mas olhou para trás algumas vezes e bateu a porta forte; depois eu que faço drama.

{Gatinha} 15:30PM "Não vejo a hora de morarmos juntas."

15:34PM "Eu também não amor, quero acordar ao seu lado; pelo resto da vida."

Essas eram as minhas mensagens favoritas da nossa conversa, me dava forças para não surtar na aula de tranças; porque olha, vontade não me falta.

vicianteOnde histórias criam vida. Descubra agora