Capitulo 57

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Pérola Hernandes

Tia Larissa acabou de voltar para São Paulo. Ela estava morando no Rio para cuidar da empresa do papai, que também tem filial no Rio. Ela é a mais nova, Tia Kelly é a mais velha, e meu pai é o do meio.

-Fala sério, vocês cresceram muito! - ela nos beijava e nos abraçava ao mesmo tempo, enfatizando a saudade que sentiu.-Me desculpe por não ter vindo no seu aniversário, mas recebeu o seu skate, né?

-Claro, tia, ele é lindo. - ela havia dado um skate do Chorão, com assinatura e tudo. Bernardo ama ele.

-Larissa, vem, vamos conversar no meu escritório.-

-Claro, licença, amores. - ela era o oposto do meu pai; cabelos cacheados, pele bronzeada. Meu pai era o único branco da família.

-Estava pensando em ajudar o Tiago, o que acha?

-Atitude legal, maninho. Acho que é válido. - eles se aproximaram bastante, o novo trio do pedaço. Até a gatinha gosta dela, e isso quer dizer que ele é legal, porque ela só gosta de quatro pessoas nessa vida.

{....}

-Lá tem uns homens lindos. Você precisa conhecer. - seus olhos sugestivos me fizeram rir.

-Tia, ela não gosta disso. - Bernardo, por outro lado, falou tão sério que nem parecia que estava debochando.

-Eu sempre soube. Não sei como seu pai não desconfia. - para encerrar, ela deu um gole no seu copo de vinho, sempre muito sóbria.

-Eu também não sei.

-Mas e as novidades?

-Mamãe voltou. - na hora que disse isso, o copo da titia caiu de sua mão, manchando o tapete branco da sala.-Papai vai te matar.

-Como assim ela voltou?

-Voltou, tia. Apareceu em casa, está mais presente. Ontem eu fui no apartamento dela, eu e Pérola... - nossa tia não falava nada nem esboçava reação. Até engraçado ela não dizer nada.

-Que bom que vocês estão próximos a ela. Vou pra cozinha. - ela foi em passos largos e não demorou muito pra voltar; se despediu e foi embora. Ela parecia angustiada, com medo ou algo do tipo. Tia Larissa não era assim.

Larissa Vaz

Essa mulher voltou. Que coisa ela está fazendo aqui? Não era difícil saber onde ela estava. Meu apartamento antigo, meu irmão era dono. Quando anunciei meu nome, ela não resistiu e me deixou entrar. Toquei a campainha, ela me atendeu, entrei igual um tsunami, não sei o que me deu.

-As crianças me contaram. Como você saiu?

-Bom comportamento."- Caroline parecia nervosa e apreensiva. -Você disse algo sobre a prisão?"

-Claro que não, e nem vou dizer. Mas fala sério, você dando uma de mãe? Agora? Nunca mandou cartas, nunca procurou.

-Você queria mesmo que mandasse carta? Não seria suspeito?

-Claro que não, eles eram crianças. Nada iria parecer suspeito. Mas agora você precisa tomar cuidado. Eles não são brinquedos, são seus filhos. E olha, eu não ligo de fazer loucuras por eles.

-O que você fez por eles? O mínimo. - que vagabunda.

-O MÍNIMO É O CARALHO, APRESENTAÇÃO DE DIA DAS MÃES EU ESTAVA LÁ COM 16 ANOS  NAS COSTAS PORQUE A MÃE É UMA ASSASSINA.

-VOCÊ LAVA ESSA SUA BOCA.- - ela veio se aproximando, e seu hálito e sua respiração vieram à tona.

-VOCÊ É UMA CRETINHA. NÃO ACHE QUE SE PARTIR O CORAÇÃO DELES FICARÁ POR ISSO MESMO, NÃO DE NOVO. A MÃE DELES VOLTOU, E NÃO SAIU DE UMA PRISÃO.

-VOCÊ É A MÃE DELES?- ela começou a rir; desgraçada.

-EU SOU SIM, E VOCÊ SABE MUITO BEM. ESPERO QUE VOCÊ ENTENDA ISSO. ELES SÃO OS MEUS TESOUROS, E NÃO VAI SER UMA VADIA COMO VOCÊ QUE VAI ROUBÁ-LOS DE MIM. E QUANTO AO MEU IRMÃO, EU ESPERO QUE VOCÊ NÃO O ABANDONE DE NOVO. FIZ AMIGOS NO RIO E VOCÊ NÃO VAI QUERER CONHECÊ-LOS. - eu saí do apê, e bati a porta. Desci e fui até o meu carro, peguei meu celular e mensagens de Pérola chegaram. Meu papel de parede me fez soltar um sorriso; nós quatro no ano novo do ano passado, minhas crianças, só minhas.


Larissa Vaz Hernandes 30 anos

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Larissa Vaz Hernandes 30 anos

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