Bernardo Hernandes
Uma dor insuportável na cabeça; meu corpo estava um lixo, tudo estava ruim. Desci as escadas, Pérola estava comendo no balcão da cozinha, mas estava mexendo no celular.
— Desculpa por não ter ido te buscar.
— Não precisa se explicar pra mim, papai vai te matar porque não estava na empresa hoje de manhã.
— Tive um mal-estar.
— Chamado vodka? Fala sério né, só o papai pra cair nisso.
— Vou sair, vou almoçar fora; qualquer coisa me ligue.
— Não vou precisar de você.
{...}
Helena Alves
Às vezes eu odiava ser a balconista do restaurante, mas hoje eu estava amando; o homem da festa, amigo da Eduarda, estava aqui e estava lindo. Ele comeu e ainda quis sobremesa; ela ficou conversando com ele o tempo todo, e notei quando ele disse que tudo bem pagar e se levantou. Então finjo que não estava prestando atenção.
— Boa tarde, tudo bem? — Ele dizia sem perder o contato e firme.
— Tudo bem sim; qual vai ser a forma de pagamento?
— Pix.
— E o número de telefone do restaurante.
— E o seu também?
— Talvez seja. — Ele sorriu, e me conquistou.
"PIM"
— Prontinho, muito obrigada senhor Bernardo Hernandes.
— Sempre à sua disposição, bom trabalho. — Ele saiu para se despedir da minha prima. Subiu no seu carro e se foi sem nem sequer olhar para trás. E lá vinha ela, a careta da Eduarda.
— Cuidado ein, senhorita.
— Se cuida você, sapatão — consegui ouvir sua risada de longe.