Eduarda Alves
Parecia que o sol estava na terra, seu vestido dourado com brilho, seu colar de prata, seus brincos e seu cabelo pranchado me provavam mais uma vez que ela era uma deusa. Estávamos passando pela orla da praia, Santos é uma cidade linda.
-Por que quis fugir da sua casa?
-Meu pai faz muitos jantares, eu odeio todos, e tinha meu ex lá, não parava de me seguir, fugi. - Eu ri, Perola era apenas uma garota confusa em várias áreas da sua vida, não era difícil ver que sua família era desestabilizada.
-Vamos tomar um açaí? - Sugeri, e ela logo abriu um sorriso, BINGO!!! Ela falava sobre a mãe, mas não entrou em detalhes, mas nem precisou, Helena já havia me contado. Era triste saber disso, Perola aparenta ser uma garota doce, mas traumatizada ao mesmo tempo.
-Meu pai sempre fez de tudo por mim, mas queria ter uma mãe.
-Eu entendo, não tenho pai. Nós completamos nisso - ela riu, era essa a intenção.
-Ele foi embora?
-Não, ele faleceu, mas por escolha dele. Teve overdose, minha mãe o colocou em clínicas, mas não adiantou muito, ele não queria viver.
-Sinto muito, Duda - seu celular tocou, aparentemente era seu pai. Ela o entendeu, mas pediu para voltar logo, ele parecia ser compreensivo com ela.
-Você é muito linda - a elogiei sem pensar, ela sorriu sem graça e voltou a devorar o seu açaí. Assim que acabamos, fomos até o caixa e eu paguei o dela. No caminho até o carro, uma mulher esbarrou em Perola, fazendo ela derrubar o celular.
-Desculpa, moça - ela pegou o celular de Perola e entregou. As duas tinham uma semelhança incrível, e acho que Perola também notou.
-Eu te conheço de algum lugar? Você me parece muito familiar - ela olhava curiosa e intrigada.
-Acho que está me confundindo - ela forçou a vista para poder ler o nome de Perola em seu colar. - Perola?
-Isso, pode ser que sim... Boa noite, senhora - a senhora saiu, e eu fui abrir a porta para Perola, como se estivesse em transe. A levei até em casa, que ao contrário de quando cheguei, estava apagada e sem nenhum carro na entrada.
-Está entregue - me virei e dei de cara com seus olhos cor de avelã. Ela se aproximou e me deu um beijo doce e amoroso na minha bochecha,abriu a porta do carro e foi ate a entrada do seu lar,não pude deixar de notar a sua cintura e bunda dançando em harmonia enquanto ela andava.