A irmã desconhecida

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Segunda Feira, 9 de Julho de 2018

As férias de verão tinham começado a um bom tempo em Luna Nova, muitas garotas foram saindo para ir ver suas familias, outras sairam com as amigas, isso incluiu Akko que levou todas as amigas para o Japão com a exceção de Diana que se recusou a ir por não estar com cabeça para sair, também por usar a desculpa que iria estudar, embora as aulas só venham a voltar em Setembro.
Não só as alunas estavam saindo de Luna Nova, chegou o período onde as professoras também poderiam tirar uma folga já que não precisavam corrigir nenhum trabalho de nenhuma aluna, ficando de férias e muitas delas foram saindo, com a exceção de umas mais do tipo que forçam a trabalhar muito, ou que não tem muito motivo para sair, uma delas foi a recém professora Chariot Du Nord, que mudou o nome depois do incidente do missil que aconteceu durante o começo da primavera, ela já estava bem acostumada com a ideia de ser de volta a pessoa que sempre foi, só que ainda estava com um sentimento preso, ainda mais que depois de receber um pacote.

Chegou hoje, eu não consigo deixar de olhar para isso, ela não esqueceu de mim depois de todos esses anos... Será que eu abro? Eu tive de me isolar esses anos todos e depois de tudo que fiz... Vamos lá Chariot, se ela não esqueceu de você é porque ainda tem um apreço enorme.
Abro o pacote com o nome dessa pessoa, respirei bem fundo depois de ver, fazem anos que eu não escuto esse nome, que essa pessoa não se comunica comigo... Ao abrir eu vejo que tem um frasco com alguma coisa, isso deve ser algo a respeito da minha irmã tenho certeza.

"Chariot, eu fiquei sabendo de tudo já, não que eu já não soubesse a onze anos atrás, Croix tinha confessado para nós, depois foi embora, não podiamos fazer nada, depois que você sumiu e sua carreira foi por agua abaixo eu fiquei muito preocupada, você sumiu, você simplesmente desapareceu, sabe o tanto que tentei de buscar, sabia lá no fundo que você estava em Luna Nova, mas você sabe que a maldição nunca me permitiria ver você porque a sua irmã está aqui também e ela também contém a maldição, leve isso a ela, conte a verdade para ela antes que possamos nos encontrar, a faça tomar, eu sei que não irá reagir bem, desculpa por jogar em ti o peso das minhas ações, eu te amo Chariot, eu nunca quis te trocar"

Algumas lágrimas vão caindo do meu rosto, molhando o papel da carta, a letra é realmente dela o jeitinho de escrever, o jeito de ser, até mesmo ela se sente culpada, acho que... Eu vou ter que conversar a respeito de tudo que aconteceu, para que ela entenda a situação, afinal somos irmãs, mesmo que não seja de sangue.
Eu respiro fundo, vou bufando, deixo a caixa com o pacote no meu quarto e vou abrindo a porta, saio dele, vou caminhando pelos corredores, vazios, o que durante as aulas são sempre cheios de vida com muitas garotas conversando, hoje estão até mortos, parece que todo mundo decidiu sair no verão.
Andando nos corredores de Luna Nova, vou até o setor dos dormitórios das alunas, subo escada, por escada, ela tem que justamente estar no andar mais alto, parece que a cada passo que dou, mais lembranças do passado eu vou tendo, ainda mais as traumáticas, algumas até decorrentes da presença dela.
Aqui está, o corredor dos quartos luxuosos, vamos lá Chariot, estamos chegando, bato na porta do quarto da equipe azul, espero que ela não tenha saido, bom nenhuma resposta, acho que irei bater novamente, deve ser um sinal.

- Acho que não deveria ter vindo aqui... - Sussurro receosa, e me viro dando uma ultima batida na porta.

Não deveria ter vindo, melhor assim, já passei por uma bomba não fazem nem alguns meses, imagina agora a bomba que vou passar com ela, acho que vou me virar e ir ao meu quarto, melhor assim, foi mal... Mãe... Eu posso dizer que tentei, acho que vou tentar de outra forma.
Escuto a porta se abrindo, com um bariulho de chave destrancando, acho que não vai dar para fugir disso mesmo não é? Os passos, a porta se abrindo e rangendo com o som do metal, me trazendo lembranças de infância, elas estão voltando com tudo, pensar que esse passado me persegue mais que tudo.

Du Nord: The Believing heart lost yearsWhere stories live. Discover now