Du Nord: The Believing heart lost years

De Paris para Annecy

Terça Feira, 22 de Agosto de 2000, Paris, França

"Eu estava muito esperançosa sobre tudo isso, achei que o plano de ficar vendendo muitos Cookies iria continuar, pela minha expectativa eu poderia conseguir em um ano e meio ou até menos, estava trabalhando quase todo o dia, criando uma reputação na cidade, todo mundo conhecia meus Cookies e todo mundo queria comprar de mim, o que eu ficava muito mais tranquila, as pessoas iam até mim, eu conseguia mais fama por causa disso, mas logo aconteceu uma coisa, que foi justamente o que foi me fazer parar de vender em Paris, meu pai acabou não gostando nada, só porque eu estava com uma grana legal, já tinha ali dentro pelo menos juntado uns 90 mil Francos, só com os Cookies, ele não queria que eu fosse para Luna Nova.

Acabei de deixar o dinheiro todo trocado, a cada dia fico mais perto de poder trocar esses francos, o pote vai ficar cheio de muito dinheiro desse jeito, faltam só 210 mil Francos agora, tenho que começar a fazer mais Cookies, achei que seria uma tarefa impossível, mas foi só ser bem paciente, eu ainda tenho 5 anos, eu posso conseguir o dinheiro para Luna Nova e depois também conseguir dinheiro com mais coisas.
Vou saindo do quarto, chegando a cozinha e meu pai estava arrumando as coisas, parecendo que estava fazendo as malas, eu não entendi nada, vai me abandonar aqui mesmo? Que canalha, bom se for para viajar a trabalho e me deixar sozinha é melhor ainda.

- Pra onde você vai? - Pergunto a ele.

- Para onde nós vamos, vai garota, arruma suas coisas, a gente vai se mudar daqui - Eu fico ainda mais confusa, como assim? A gente mal chegou em Paris.

- Mal chegamos em Paris, você acabou de me tirar da minha casa e eu já estou indo embora? - Pergunto a ele.

- Você está ficando muito conhecida aqui, não vou deixar que junte esse dinheiro para se tornar bruxa, nós vamos sair daqui e vamos nos mudar para uma cidade pequena - O que? Isso não faz sentido, de onde ele tirou dinheiro para isso? Que droga,

- Como é que é? Isso é muito idiota, porque você agora está querendo ditar o que eu faço? Ir embora não vai adiantar nada - Digo enquanto cerro os punhos.

- Ah claro que sim, esqueci disso, a partir de agora como está cheia da grana você vai pagar pela sua própria comida, não vou te dar nenhum trocado, se quiser ganhar algum dinheiro, se vira, bom você já pagava praticamente, vai também deixar a casa um brinco, fazer a comida que você vai pagar, pois eu estou te deixando morar de graça, é bom que faça alguma coisa - Como se eu já não pagasse pela comida antes, que canalha.

- E se eu não fizer isso? Vai me expulsar de casa? Vai ser ainda mais fácil para eu voltar a Escócia, tenho dinheiro o suficiente para viajar lá tranquilamente - Respondo a ele que fica rindo.

- Oh que ingenuidade, se você ser expulsa de casa vai viver na rua, você não pode chegar perto daquelas duas, eu tenho uma ordem de restrição para elas e não adianta tentar nada com a justiça, uma garotinha de dez anos indo reclamar por besteira, achando que algum apelo vai te trazer de volta as suas mamãezinhas, elas devem até ter ignorado isso tudo e desistiram de você - Eu fico com tanta raiva que bato na mesa.

Até saio de perto, mas que droga, eu não acredito que fizeram isso comigo, logo agora que estava tudo começando a dar certo, o dinheiro para Luna Nova, depois iria juntar o dinheiro para conseguir minha guarda na justiça, sei que essas coisas custam dinheiro e iria mostrar como ele é podre.
Vou colocando tudo dentro da bolsa, por sorte não tem quase nada, vou guardando tudo como posso as roupas, videogame, o dinheiro para Luna Nova, acho que tem tudo por aqui, até volto onde está o meu pai e vou colocando as coisas na van, é só uma van dessas pequena, não vai nem levar os movéis.

- E os movéis? Como vamos levar, a televisão, as coias maiores? - Pergunto ao meu pai.

- Quer morar na casa? Você tem dinheiro de sobra, se quiser conforto compra os moveis, por enquanto é o máximo que eu posso levar, a van não tem espaço, mas já deixei o básico na nossa nova casa - Disse o maldito, ele quer mesmo me fazer gastar meu dinheiro, que desgraçado.