Cap 71

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Gabriel Salles

Desde que a Jessy foi embora que a minha vida não é mais a mesma, mal paro em caso, passo o maior tempo na delegacia, ocupando minha mente, só para não pensar na minha sobrinha, o que funciona por umas horas, mas depois não tem jeito, sua imagem sempre volta a minha mente, o seu sorriso, o seu jeito doce, ingênuo que eu adoro, até o seu cheiro eu consigo sentir.

Para minimizar a saudade e a distância sempre ligo para ela, e conversar por horas, toda vez que ela atende e me chama de Títio, meu amigo logo dá sinal, não sei que poder ela tem sobre mim, mas adoro sentir todas as sensações com ela, sou um cara de quase quarenta anos, sou vivido em todos os aspectos, mas após me envolver com a Jessy, é como se cada dia eu aprendesse algo diferente, principalmente em relação aos sentimentos, já que eu cogitava não sentir nada.

Michael- Viado em que mundo você está, já faz alguns minutos que te chamo e você continua olhando para o nada. (Fala o Michael invadindo minha sala)

Gabriel- Não é nada, o que você quer a essa hora?

Michael- Deixa eu adivinhar, esse nada tem relação com a sua sobrinha, acertei?

Gabriel- Sim.

Michael- Sabia... Ah, eu só vim perguntar se você não vai embora, já está tarde.

Gabriel- Eu sei, mas não vou, precisa ocupar a mente, além disso, tenho que descobrir quem matou a Vaniele.

Michael- Nenhuma pista, ainda?

Gabriel- Não, só o que sabemos.

Michael- Você perguntou a sua sobrinha sobre o que conversamos?

Gabriel- Indiretamente sim.

Michael- E o que ela falou?

Gabriel- Que foi a mesma pessoa que enviou as minhas fotos com a Vaniele, para ela naquele tempo.

Michael- Então só temos que rastreador o celular dessa pessoa.

Gabriel- Eu já fiz isso, mas o celular é daquele descartável, não deu em nada.

Quando o Michael vai falar algo, o Hugo entra na minha sala e me entregar um envelope.

Gabriel- O que significa isso?

Hugo- Uma senhora deixou na recepção, falou que era para você, senhor Salles.(Diz me entregando o tal envelope)

Gabriel- Ela falou o nome, disse algo?

Hugo- Não senhor.

Gabriel- Pode ir.

Michael- Que estranho, mas abre logo, viado.

Assim que abro o envelope, vejo fotos minhas e da Jessy, no seu apartamento, também tem fotos dela, do meu irmão e da Sara em um restaurante, juntamente com um bilhete, que diz para me afastar da Jessy, ou ela vai paga caro, olho mais para a foto da Jessy e noto um ponto vermelho na sua cabeça, como se fosse um laser, de mira.

Gabriel- Inferno!

Michael- O que foi, cara, porque dessa raiva toda.

Gabriel- Por isso, Michael, apenas por isso. (Falo, jogando as fotos sobre a mesa, o Michael as pega e me encara)

Michael- Temos que descobrir quem é o miserável.

Gabriel- Sim, e tem que ser para ontem.

Michael- O que você vai fazer em relação a tudo isso?

Gabriel- Me afastar dela por um tempo, por mais que me doa, pois, enquanto eu não mato esse filho da puta, ela correrá perigo, e eu prometi que nunca deixaria nada de mal acontece com ela.

Michael- Cara, você tem certeza disso, acredito que não seja para tanto.

Gabriel- Como não, você olhou a foto direito, olhou, Michael, tem uma mira na cabeça dela, a porra de um laser de mira, esse desgraçado, fez questão de evidência essa droga.

Michael- Eu vi, só não acho que você terminando vai ajudar a garota, Gabriel, não seria melhor ela está perto de você, acredito que ela estaria mais segura.

Gabriel- Não, ela não estaria segura comigo, a Jessy está melhor com Júlio, no Brasil.

Michael- Espero que esteja certo dessa decisão.

Gabriel- Estou.

Converso mais um pouco com o Michael, e em seguida vou embora para casa, assim que chego em casa o meu celular começa a tocar, e eu sei que é a minha pequena, mas tomo a dura decisão de não atende, isso está me matando, deixo minhas arma, distintivo sobre a mesa de centro e vou até o bar beber qualquer coisa, deixando o meu celular tocar e tocar.

•••••••••

UM MÊS DEPOIS

Já se passou um mês, desde que parei de atender as ligações da Jessy, foi uma decisão horrível, me dói tanto ter que fingir que não estou ouvindo o celular tocar, o que me mata ainda mais são os seus áudios, ela se faz de forte, mas sempre acaba chorando no final, como queria está com ela, abraçando-a forte e falando que a amo tanto, mas não posso, por enquanto eu não posso, tudo pela sua segurança.

Olho no relógio e já passa das três da madrugada, quando meu celular começa a tocar, olho e vejo ser o meu irmão, o que me deixa surpreso, atendo e ele só não me chama de santo, mas não tiro sua razão, ele só está defendendo sua filha, a quem eu estou machucando bastante, mas, em contrapartida, também estou pagando caro por isso.

Tento explicar ao Júlio o porquê de tudo isso, mas ele não permite, e joga na minha cara que por minha culpa a minha pequena teve uma crise de Pânico, eu não queria isso, não queria fazer ela sofrer desse jeito, eu a amo, e falo isso para o meu irmão, que não acredita, sei que deveria ter tido a coragem de terminar antes, a um mês atrás, mas não tiver.

Ouço a voz da Jessy, e por um segundo meu mundo para, e todas as lembranças das nossas noites de amor, surgem na minha mente, nunca tive medo nada, mas de por um fim a tudo que vive com ela, está me fazendo tremer, finalizo a ligação e começo a quebrar tudo, estou furioso, preciso encontrar esse desgraçado.

(*****)

Depois que terminar com a jessy, sai de casa e fui para um bar qualquer, como não consegui dormir, beber foi a minha única opção, para minimizar esse aperto no meu peito.

Michael- Irmão, não acha que já bebeu demais?

Gabriel- O que faz aqui, como me encontrou?

Michael- A Nana, ela me ligou desesperada, disse que você quebrou a casa quase toda, e depois saiu furioso.

Gabriel- Acabou, cara, terminei com a minha sobrinha.

Michael- Nós vamos descobrir quem está fazendo isso, irmão, e colocaremos ele atrás das grades, aí vocês vão poder ficar juntos novamente.

Gabriel- Ela deve me odiar, acredito que a perdi para sempre.

Ele não diz nada, só pega meu copo, coloca no balcão e me ajudar a sair do bar.

Gabriel- Me deixa ficar, eu quero matar esse sentimento, Michael. (Falo trocando as palavras, enquanto lágrimas cai no meu rosto)

Chegamos em casa, e o Michael me ajudar a ir para o meu quarto, caio na minha cama, chamando pela Jessy, apagando em seguida.







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