Capitulo 3

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O sol da tarde começava a desaparecer acima de nós, dando lugar a um clima fresco e céu colorido. 18:32 era a hora que marcava em meu relógio de pulso. Olhando para os lados, não encontro ninguém nos corredores do mercado. Decidi vir comprar minha janta, antes que escurecesse, pois não gostava muito de sair por aí de noite.

Já tinha resolvido quase tudo da mudança, nos últimos três dias, coloquei minha vida e apartamento em ordem, só faltava resolver algumas papeladas na faculdade e tudo estaria certo.

Nesse momento, me encontrava em devaneio enquanto olhava as enormes prateleiras a minha frente, então encaro os miojos. Sabor galinha, sabor carne...

Não!

Dou um passo para trás, balançando a cabeça em negação e reprimindo a vontade de pegar algum.

Eu não posso viver de miojo. Meus pais me matariam se soubessem que estava por um fio de jantar... macarrão industrializado.

Não que eu não saiba cozinhar, na verdade sou até boa na cozinha. Aprendi a fazer vários pratos, ainda pequena, pois dona maria sempre fez questão que eu soubesse. Mas a preguiça que me mata.

Miojo é gostoso e ao mesmo tempo, tão fácil de se fazer.

Tirando o fato de que eu amava macarrão.

Meus olhos correm pelo miojo à bolonhesa e suspiro, imaginando o sabor perfeito do molho de tomate e uma pitada de câncer.

Hoje eu tinha que fazer verduras e alguns legumes, pois esses três dias eu não estava muito "saudável". Sabem como é, mudança e tudo mais.

Olho em volta indecisa, quando vejo alguém virar no corredor que eu estava. Estranhei o fato de ter mais alguém além de mim aqui, o mercado não era grande, era quase um mercadinho de bairro. De canto de olho, noto ser um homem, pelo porte alto e forte. Não olho para ele, quando o mesmo começa a se aproximar, provavelmente encarando a prateleira oposta à minha. Uma prateleira cheia de macarrão e outros tipos de massa também.

Pelo visto não era apenas eu que gostava disso.

Quando o homem para atrás de mim, sou atingida por um cheiro de perfume maravilhoso. Sem perceber, fecho os olhos apreciando aquele aroma masculino.

Sou apaixonada por perfume, costumo fazer meus próprios desde criança, com flores silvestres, baunilha, cereja e às vezes até camomila. Gosto do fato de eu ter um cheiro único, um que ninguém mais tem.

Então sim, eu entendo de aromas.

De repente me vejo ansiando para que ele ficasse ali por mais alguns segundos, apenas para poder sentir mais daquilo.

Céus, aly! Para com isso.

Decidida a parar de bancar a doida, seguro meu carrinho de compras e me viro na intenção de encontrar o corredor de verduras, com coisas mais saudáveis do que macarrão sabor câncer.

Porém, meu planos vão por água abaixo, pois estanco no lugar com o que vejo no chão, bem à minha frente.

Uma barata.

Não qualquer barata, era uma voadora.

E estaria tudo certo, tudo em perfeito estado se eu não tivesse medo... medo não, pavor de barata. Na verdade eu não podia ver, que começava um ataque, e sentia meu corpo coçar de nervoso. Sem querer pagar de louca com o homem atrás de mim ou qualquer pessoas que estivesse por perto, recuo dois passos para longe daquele bicho asqueroso.

Devagar, um passo de cada vez ando para o lado. Porém, tudo acontece muito rápido quando a peste abre as asas e levanta voo na minha direção.

- Ahh!! - solto um grito estridente.

Esqueça as Chamas e a Tempestade (Livro 1 da série: Herdeiros) Onde histórias criam vida. Descubra agora