Capítulo 53.

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                          Zaiden Goldman

— Acho que meu avô já chegou na Columbia — avisa, Matteo, olhando para o celular em suas mãos — Ele mandou uma mensagem avisando que estava saindo de casa a meia hora atrás.

— Teodoro está sempre na dele, achei legal que ele tenha aceitado dar a palestra — admito, sem tirar a atenção da estrada.

— Sabe que eu até estranhei essa atitude? Meu avô vivia recusando esse tipo de compromisso, como se fosse perda do tempo dele.

— Teodoro sendo Teodoro, não tem como entender — digo e Matteo ri, pois sabia bem como era seu avô.

— Verdade, não tem como saber o que ele acredita ser digno do tempo dele ou não.

Teodoro MacKenzie sempre foi uma pessoa reservada e muito querida em todos os lugares, já que era o homem mais admirado na área do direito. No entanto, ele não comparecia ou aceitava todos os convites feitos a ele, já que eram muitos. Teodoro sempre escolhe onde comparecer, e com certeza ele tinha algo mais importante do que dar uma palestra na Columbia, mas ainda sim, ele escolheu ir e eleger o ganhador do estágio na frente de todos.

De repente uma pessoa em específico vem a minha mente, e imagino o quão nervosa ela deve estar nesse momento, mas que todos até.

Estava na varanda da mansão, quando vi Alya vagando pelo jardim, como se estivesse inerte em seus próprios pensamentos ao admirar as flores.

A luz do sol iluminava seus fios loiros, como um farol, me chamando, e quando percebi, já estava a observando de longe, sem conseguir me afastar. O uniforme destacava suas curvas e o pequeno salto a deixava um pouco mais alta, era possível ver um sorriso enfeitando seu belo rosto corado.

Linda.

Tão linda que deveria ser pecado.

Minha curiosidade aumentou no instante que um dos jardineiros chegou nela.

Eu sabia quem era ele, sabia de todos que entravam na mansão, mesmo que eu tivesse meu próprio apartamento, necessitavam da minha permissão ou a dos meus pais, para trabalharem aqui. João pediu para o neto vir no seu lugar hoje, e como a ficha dele era limpa, não havia motivo para não aceitar seu pedido.

Mas me arrependi da minha boa ação do dia, assim que ele foi atrás da Alya. Vi de longe ele se aproximando e esperei para ver o que ia acontecer.

Vi o exato momento em que o jardineiro lhe entregou uma carta, e minha pele coçou para saber o que havia escrito nela. Eu sabia que João era amigo dela, pois já os vi conversando algumas vezes, então passou pela minha cabeça que a carta fosse do mesmo.

No entanto, a incerteza me deixou curioso.

E se não fosse?

Eu disse a mim mesmo que eles apenas conversavam, nada de mais. Eu não podia demitir alguém que não fez nada, certo? Mesmo que eu estivesse a um fio de fazer isso e nem sabia exatamente o porquê.

No entanto, no exato momento em que ele se aproximou para toca-la, uma vontade enorme de tirá-lo dali me atingiu e quando menos percebi, minhas mãos já estavam na maldita mangueira, arremessando um jato de água na cara do idiota. Qual o problema desse cara? Quem ele pensa que é?

Quando a encontrei no corredor, seu corpo ali, tão perto, fez o meu reagir instantaneamente. Amaldiçoei seu perfume de baunilha com cereja ao inalar aquele cheiro adocicado. Quando vi, já o sentia mais de perto, direto da fonte.

Sua pele arrepiava com um simples toque e eu adorava como seu corpo respondia a mim.

Aquela atrevida podia tentar negar, mas sabia que me queria assim como eu a queria, pois a atração sexual quando estávamos perto, era quase sufocante.

Esqueça as Chamas e a Tempestade (Livro 1 da série: Herdeiros) Onde histórias criam vida. Descubra agora