Capítulo 52.

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— Alya! Você está dobrando errado — Vera chama minha atenção pela terceira vez em menos de dez minutos.

Suspiro frustrada e solto o lençol de volta na cama, desistindo de dobrar aquela porcaria que só servia para testar a minha paciência.

— Você está com a cabeça longe desde que chegou, minha querida — avalia Dote, se aproximando de mim e parando ao meu lado.

— Desculpem, não vai mais acontecer — asseguro e volto a pegar o lençol branco.

— Você disse isso a dois lençóis atrás — acusa, Vera e eu acabo rindo, pois era completamente verdade.

— É que tem uma coisa importante na faculdade hoje — começo — Lembram sobre o estágio que contei a vocês? — Elas concordam em um aceno, enquanto continuam dobrando — Hoje vão anunciar o ganhador.

— Meu Deus! — Dote arregala os olhos — Você deve estar uma pilha de nervos, minha querida.

— Pois é — admito fazendo um biquinho.

— Você podia ter pedido a manhã de folga para Kathery, ela te adora.

— Isso apenas iria piorar, Dote — deduz, Vera — Manter a mente ocupada é o melhor remédio em momentos como esse. Assim evita pensar no motivo que te deixa ansiosa.

Vera tinha toda razão, trabalhar poderia manter minha mente ocupada até dar a hora de ir para a Columbia. Embora eu estivesse dobrando os lençóis errados pois minha mente insiste em vagar.

— Verdade — concordo.

— Porque você não vai beber uma água e esfriar um pouco a cabeça? — diz, Dote. Ela parecia preocupada que eu tivesse um ataque bem ali. Sorrio com sua reação.

Amo aquelas velhas fofoqueiras.

— Eu posso trabalhar, fiquem tranquilas.

— Claro que pode. Mas antes, você vai tomar uma água e respirar um pouco — Vem até mim e tira o lençol da minha mão. Faço bico.

— Dote está certa, Alya. Vai andar um pouco e depois você volta. Até porque no momento você não sabe nem dobrar um lençol — acusa e eu abro a boca, fingindo estar ofendida.

— Obrigada pela parte que me toca, Verinha. Também amo vocês.

Ela manda um beijo no ar, enquanto Dote basicamente me empurra para fora do quarto, se certificando de que vou dar um passeio.

Rindo daquela situação, desço as escadas em direção ao hall de entrada e contorno a mesa de sinuca vermelha, indo até a cozinha.

Essa noite eu dormi tão mal, pensando no estágio, que por um momento almejei ter mais uma noite com Zaiden, ansiando alguns belos orgasmos para conseguir dormir tranquilamente. No entanto, o que eu recebi foi Lucca roncando ao meu lado. Pensei seriamente em tapar a boca dele com fita adesiva, mas infelizmente não tinha uma em casa.

Rio ao lembrar.

— Olá, Evinha — cumprimento a mesma quando passo pela porta da cozinha.

— Bom dia, minha querida — Me olha por cima do ombro, enquanto prepara algo nas panelas. No entanto, era evidente sua voz tristonha.

Franzo o cenho.

— O que aconteceu? — Me aproximo dela, encostando no balcão ao seu lado.

Eva suspira, ainda preparando o almoço, mas com o olhar longe. Ok, agora eu estava intensamente curiosa, pois Eva e Dote sempre eram as mais alegres. Não importava o dia.

Esqueça as Chamas e a Tempestade (Livro 1 da série: Herdeiros) Onde histórias criam vida. Descubra agora