Capitulo 6

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Quando eu era mais jovem, como todas as outras crianças, eu acreditava em contos de fadas. No natal, me aproximava da árvore antes de todos e pedia ao papai Noel para me transformar em um unicórnio ao em vez de me dar um, pois queria sentir a sensação de ser um animal mágico, gracioso e poderoso.

Era engraçado quando fazia desejos bobos, mas que eu torcia para acontecer. Quando cresci, entendi que me transformar em um animal era imaginação minha e aquilo nunca aconteceria...

Mas aqui estou eu, desejando com todas as forças para meu sonho de criança ser real, porém ao em vez de pedir para ser um unicórnio, enquanto observava o moreno descer as escadas, pedi para quem pudesse me ouvir, que me fizesse invisível.

Não podia acreditar no que estava acontecendo, na ironia do destino de encontrar o mesmo cara com quem eu passei a maior vergonha da vida. Paraliso no lugar, pedindo com tudo dentro de mim para aquilo ser apenas um sonho.

O homem misterioso, no qual eu não fazia ideia do nome, chega até o último degrau da escada, ainda encarando o celular em sua mão, ele parecia concentrado no que estava fazendo. Aproveito que ele não tinha me visto, e faço o possível para me esconder o máximo atrás dos meninos, que haviam formado um muro à minha frente.

Não me considerava uma pessoa muito baixa, mas ainda sim sempre fui menor que minhas amigas. Porém, neste momento agradeço por não ser diferente, pois com o meu tamanho, conseguia me esconder muito bem atrás de Matteo e kenai.

— Eu não vi vocês chegando — A voz de Grace soa pelo ambiente e escuto passos se aproximando ainda mais de nós — Você não veio falar comigo..

— Não queria incomodar — responde. Se antes restava algún resquício de dúvida sobre realmente ser ele, essa dúvida vai por ralo abaixo, pois aquela era a mesma voz rouca e sensual na qual me trouxe arrepios estranhos a alguns dias atrás. Uma sensação antes adormecia.

Eu não podia vê-lo, estava evitando olhar pelo buraco que se encontrava entre Kenai e Matteo, com medo de que ele me reparasse ali também.

De repente uma pergunta me atravessa. Porque eu estava me escondendo? Não havia motivo para aquilo, pois nos conhecemos por coincidência no mercado, eu não armei nada daquilo. Tudo foi uma engraçada coincidência que poderia ter ocorrido com qualquer outra pessoa.

Mas aconteceu comigo.

Confesso que talvez, estivesse um pouco envergonhada com o fato de ele me ver, e contar para seus amigos que "pulei em cima dele de propósito", coisa que não era nem um pouco verídica.

E bom, se o idiota havia pensando que eu me joguei em seus braços, com certeza se me vir aqui, irá pensar que estou o seguindo. Então, viraria chacota entre todos eles e isso, era a última coisa que eu queria.

— incomodar? Você sabe que nunca incomoda — Grace dá alguns passos à frente, provavelmente o abraçando.

— Mas eu incômodo né? — Kenai solta uma risada irônica e vejo as costas de Matteo se mexer, indicando que ele também estava rindo do amigo.

— Aceite que ninguém te suporta — Ela rebate.

— Matteo gosta de mim— diz em tom sugestivo, enquanto se vira para o amigo.

— Gosto — ele concorda — Bem longe de mim! — Grace gargalha e eu me seguro para não rir e mostrar minha posição. Não precisava olhar para o rosto de Kenai, para saber que ele havia fechado a cara.

Mas, toda a vontade de rir vai embora rapidamente no exato momento em que Grace diz:

— Ahh, eu quero te apresentar alguém!!

Esqueça as Chamas e a Tempestade (Livro 1 da série: Herdeiros) Onde histórias criam vida. Descubra agora