Capítulo 63.

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Zaiden Goldman

— Eu não vou fazer isso!

— Claro que vai — Kenai afirma ainda de olhos fechados, com Ralph colocando fatias de kiwi em suas pálpebras — Tenho apenas mais algumas horas de reinado, tenho que usar meu poder com sabedoria. E devo admitir, estou sendo muito sábio.

Reviro os olhos.

O que eu tinha na cabeça para aceitar que fizéssemos esse jogo anos atrás? Com certeza eu estava bêbado, esse era o único motivo. Ou talvez, pensei que sempre ganharia e com isso, eles que deveriam fazer o que eu mandasse. Como: Ficar em silêncio por 24 horas, não sair do quarto por um dia, não me encher a porra do saco até o sol nascer. Esses sempre foram ótimos pedidos quando se tinha amigos como os meus. Mais especificamente? Quando se conhecia Kenai Ford.

— Eu já concordei com a festa, Kenai. Não vou concordar com isso também — digo simples, vendo o desenrolar da cena à minha frente.

Kenai sentado no sofá com Grace no chão massageando seus pés, ela tinha a expressão derrotada de quem desistiu da vida. Matteo em pé atrás dele, massageando seus ombros. Ralph ainda colocava a fatia de kiwi nos olhos do loiro. Jasmin, tinha a porra de uma folha gigante nas mãos, abandando o rosto de Kenai, que mantinha a coroa amarela de plástico na cabeça, como um verdadeiro rei.

Pensei por um momento, se eles haviam esquecido que tínhamos ar condicionado na casa inteira, mas o pensamento foi embora tão rápido quanto veio, pois era claro que Kenai sabia disso e só queria dar trabalho a todos eles.

Eu nem fodendo iria participar daquilo.

Jurassi estava sentado ao lado de Grace, olhando para o pé de Kenai como se ele fosse um brinquedo extremamente interessante. Devo admitir que a única ordem que Kenai deu hoje que não fiquei com vontade de socar sua cara, foi trazer jurassi pra cá. Sabia que ele poderia se sentir sozinho em Nova York, mesmo que estivesse com meus pais.

— Eu posso dar quantas ordens quiser, e até agora, só dei duas a você. Construir meu trono e liberar a festa. Eis aqui a minha terceira ordem: Pedir um escorregador inflável gigante e colocar na areia da praia pra festa.

Cruzo os braços e levo os dedos nos olhos a ponto de perder a paciência com aquela criança gigante.

— Eu não vou trazer um escorregador gigante pra cá — deixo claro, mostrando que não iria voltar atrás com minha decisão. Essa ideia era loucura, e não podia dar palco pro idiota fazer o que bem entendesse. Se deixasse, ele transformaria a porra da praia inteira em um parque.

— Escorregador? — Aquela voz chama minha atenção instantaneamente.

Alya e Lucca entram pela porta da sala com uma bandeja na mão cheia de frutas cortadas e deixam na mesa em frente ao loiro. Nem ela conseguiu escapar das ordens dele. Se bem que Alya parecia estar adorando tudo aquilo, fazendo tudo que Kenai pedia com um sorriso no rosto.

Um lindo sorriso por sinal, que de alguma forma estranha me incomodou em estar sendo redirecionado para meu amigo e não pra mim como estava sendo hoje no mar e depois no quarto quando só tinha nós dois.

— Vocês vão alugar um escorregador? — Seus olhos amarelos se iluminam em questão de segundos, cheio de entusiasmo.

— Kenai quer, mas Zaiden não está deixando — Explica Ralph, agora massageando as têmporas de Kenai.

— Eu estou do lado do Zaiden, um escorregador é extremo para o ocasião — Matteo entra em minha defesa. Que bom, alguém aqui ainda tinha algum senso.

Esqueça as Chamas e a Tempestade (Livro 1 da série: Herdeiros) Onde histórias criam vida. Descubra agora