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PUMA

Hoje é dia de baile e a tropa já tá pronta caso algo aconteça.

Estou no camarote, pego uma bebida e inicio os trabalhos.

— Quando chega? — Pergunto pro Paiva.

— Amanhã mesmo chefe, é da boa.

— Ótimo! — Falo e faço uma carreira inalando tudo.

Me sinto muito melhor desse jeito.

O funk já tava estralando, e as pessoas iam chegando, em pouco tempo, o baile tava pocando.

Coloquei Marcão pra vender as drogas, Paiva está no comando por enquanto, IG e os outros estão fazendo vigia.

Às onze, Natan chega com a mina dele.

Fazemos o toque e eles se sentam na mesa. Ele já começa a beber.

Fico de olho na pista, quando avisto uma mina nova.

— Ó a neta da dona Maria com a Luiza... A menina nem chegou e já tá com a safada. — Marcão diz.

— Vendeu tudo?

— Tá ligado né cria. — Ele olha pra onde eu olho. — Diferenciada essa que chegou ein.

Eu vejo elas vindo aqui pra cima e já fico esperto.

A mina tá toda envergonhada do lado da Luiza, e quando sobe pra cá, consigo reparar melhor no corpão.

Baixinha, bem baixinha aliás, coxa grossa, cinturinha fina... Só de pensar já fico excitado.

— Eai Puma! — Olho pro lado e vejo Patricia.

Fico de cara fechada. Essa mulher tá de perseguição pra cima de mim, mas enquanto o boquete for bom, eu aproveito.

A pego na cintura e nos beijamos.

Minha mão desce pra bunda dela e eu termino o beijo.

Me sento na cadeira e ela no meu colo.

Bebo mais do meu copo enquanto Patrícia beija meu pescoço.

Dou uma olhada melhor pra mina nova, que tava conversando com Marcão e com Clebin, esses dois são uns cabaços, e pela cara dela, vai cair facinho no papinho torto desses dois.

Nossos olhos se encontram e ela desvia rapidamente seu olhar.

Nem 18 anos essa mina deve ter, é minúscula.

Olho pro lado e quando vejo Gui quase dormindo com a arma na mão, me levanto rápido, vou em direção a ele, já querendo partir é pra cima.

— Tu tá de sacanagem comigo garoto? — Falo alto e ele se assusta acordando e pedindo desculpas. — Quer que eu coloque outro no teu lugar? Ou meta uma bala bem na tua testa?

— Puma desculpa, eu tava cansado...

— Porra caralho, achei que tu tinha maturidade pra ficar nesse posto moleque. — Digo e levanto o braço pra dar um soco na cara dele, mas antes, alguém se enfia no meio.

NALA

Chegamos no baile e a música alta já começa a estourar alto no meu ouvido.

Tem MUITA gente aqui junta, muito homem, muita mulher, gente armada mais no alto, olhando pra todos.

— Vamos encontrar a Mia. — Luiza fala e vamos atravessando entre as pessoas.

Uns caras me encaram e tentam se aproximar, mas Luiza vai tão rápido que nem dá tempo deles falarem ou fazerem alguma coisa.

Peço desculpa e licença quando esbarro em alguém.

— Quem é essa? — Um dos caras pergunta me olhando de cima a baixo, ele tava cuidando de quem subia ou não pro camarote.

— Tá comigo. — Lu diz e sorri amigavelmente.

— Não me fode Luiza, sabe que não posso deixar subir qualquer uma.

— Nem se eu der uma chance pra tu? — Após ela dizer isso, parece que a cara do homem muda, ele dá um sorriso malicioso, olha pros lados e libera a gente.

— Nem fudendo que vou ficar com ele, a regra é clara, não fique com esses caras de cima, que você não fica presa a ninguém. — Ela diz e eu rio voltando a seguir ela.

Chegamos em um lugar onde tem várias meninas dançando até ao chão ao som da música.

— Ali tem gole, vai lá pegar um gole pra tu. — Luiza diz e eu vou na mesa sozinha, que não era muito longe da onde estávamos.

Nem sei o que pegar pra beber, nunca bebi coisas alcoólicas, e nem sei se quero.

— Fala aí baixinha. — Clebin chega sorrindo olhando minha roupa.

— Oi. — Eu sorrio de volta e ele se aproxima mais de mim, o que faz meu corpo tremer de leve.

— Deixa que eu faço tua bebida, o que tu bebe?

— Nada normalmente... — Eu sorrio e ele dá risada.

— Tá, vou fazer algo especialmente pra tu.

— Vodka e refri não é muito original meu irmão. — Chega outro cara.

— Qual é Marcão, essa já é minha.

— Aham, pega logo então, que o chefe já tá de olho... — Marcão diz e olha rápido pro lado, e eu também.

Vejo um cara sentado na cadeira e uma loira que com certeza era a Patrícia em cima dele, beijando seu pescoço.

Seus olhos são verdes, pele preta, cabelo preto enroladinho... Estava sem camisa, lotado de tatuagens e cheio de cordão de ouro no pescoço.

Eu já viro meu olhar, mas me sinto com medo depois disso.

— A novinha prefere eu. — Clebin passa o braço no meu pescoço e encosta a cabeça dele na minha.

Achei engraçado, então rio.

— Seu sorriso é lindo novata. — Marcão diz e sorri, fazendo minhas pernas falharem novamente.

— Vaza Clebin. — Diz Luiza, tirando o braço do Clebin de mim e ela ocupando seu lugar. — Não posso deixar tu sozinha um segundo que já vem urubu de tudo que é canto. Achei que vocês gostassem de carne velha...

— A mas a gente não faz desfeita de uma carne nova também né. — Marcão diz e dá uma piscadinha.

— Era só uma chance que eu largo a putaria novata... — Clebin fala, Luiza revira os olhos e nós rimos.

Eles continuam conversando, mas reparo em um cara gritando com um menino, que deve ter no máximo uns 12 anos.

O menino segurava uma arma, quase maior do que ele e antes, eu reparei que estava dormindo.

— Que que tu acha Nala? — Luiza me pergunta, mas eu já não prestava atenção naquilo.

Quando vi que o cara levantou a mão pro menino, eu me enfiei no meio, na mesma hora, ele abaixa a mão.

Era o Puma.

Agora me ferrei bonito!

Um beijo vó, na próxima sigo seu conselho... Se tiver próxima.

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora