Mocinha do Chefe

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PUMA

Tá achando mesmo que vou acreditar na ladainha dessa novata, até parece.

Quero que se foda, aquela lá sabe nada da vida no morro.

Bato a porta na cara dela mesmo e vazo indo pro escritório. Tenho que falar com uma galera e depois com Marcão sobre as droga.

Entro na sala e IG já tá me esperando.

— Noite foi boa ontem pae? — Diz rindo porque sabe que quando eu me atraso, sempre tem um motivo.

— Tá ligado né. Manda que que tu tem pra fala.

— As arma chega hoje.

— Fechou, tu tá encarregado de pegar e guardar tudo e sem mancada.

— Jaé. — Diz fazendo um toque comigo e vazando.

Eu converso com uns mano no celular, depois dou um vizu no morro pra ver mais ou menos como tá.

Tudo susse como sempre.

Faz tempo que não temos nenhuma invasão, os cop sabe que se entrar aqui, a bala come pro lado deles.

Lembro que tenho algo a fazer.

Saio da minha salinha e vou até um dos lugares que são pontos de vigia.

— Fala Guizin. — Me aproximo e ele já arruma a postura.

— Fala chefe.

— Tu fica aí até às 10 a partir de agora.

— Normalmente eu saio às 6...

— Agora mudou. — Ele abaixa a cabeça triste. — Devia ter pensado nisso antes de tentar proteger e ficar conversando com aquela puta lá. Fica ligado! — Me afasto e vazo dali.

Se eu não for pulso firme com esses merda, esse morro aqui tá fudido!

Volto pra sala e fico arrumando outras parada, até Marcão chegar.

— Fala patrão.

— Amanhã é baile, é bom tu já estar com as encomenda!

— Tô sim chefe.

— Compramo mais dessa vez, tá acabando rápido demais essa porra.

— Tá pra caralho, assim que é bom né, tamo tiramo mó grana.

— No baile amanhã me manda uns beck já pronto.

— Pode pá.

Fazemos um toque e ele vaza.

Termino tudo que precisava hoje, amanhã é só ficar de boa e sem estresse. Dia de baile sempre rende pá nois, então o certo, é fazer toda hora mermo.

Hoje a puta da Patrícia não veio me procurar, então eu aproveito com a loira de ontem.

Encontro ela andando pela rua e já a agarro ali mesmo.

Noite boa do caralho.

***

Acordo com Paiva gritando meu nome.

— Que porra caralho? Cala a boca!

— Aconteceu um bagulho chefe! Tá parecendo a bela adormecida porra!

— Que bagulho seu imbecil? Tá moscando? — Falo me virando pro outro lado.

— As arma sumiu.

Foi ouvir isso que meu coração para.

Filha da puta daquela desgraçada!

E não é que a porra daquela mina tava certa mesmo?

Me levanto da cama rápido, tiro Paiva do quarto, coloco uma calça, minhas correntes e já pego a arma.