10

23.8K 1.1K 204
                                    

PUMA

Aquela puta da Patrícia ficou me provocando e agora teve que sair pra fazer sei lá o que.

Volto pra casa e vejo aquela idiota abrindo a porta do meu quarto.

Eu já puxo com força o braço dela.

Sacanagem do caralho.

— Desculpa... — Tentando se soltar mas eu aperto mais teu braço. — Não sabia que não podia entrar nessa.

— Tu é burra ou só se faz?

— Se não queria que eu entrasse, por que não trancou a porta? — Diz se soltando e saindo.

Eu vou atrás tirando a arma do bolso e colocando no pescoço dela quando ela se vira.

Me aproximo de seu rosto.

Caralho mina gata.

Mas parece uma criança brava fazendo bico.

— Tira. — Mando e ela me olha chocada, não movendo um músculo. — Mandei tirar a camisa caralho, tá surda? — Falo mais alto, tiro a arma do pescoço dela, mas continuo apontando.

Ela mexe os braços devagar, indo levantar a camisa e eu fico de olho em seu corpo pequeno.

Quando começo a ver seu sutiã branco aparecendo...

— Puma! O que está acontecendo? — Essa velha da Leidy aparece e se aproxima.

A porra da menina abaixa a camisa e vejo lágrimas escorrerem de seu rosto e ela voltar a tremer.

— Não se intromete poha. — Falo e desço as escadas.

Elas me seguem.

Empurro alguns vasos e umas comidas que estão na mesa e jogo tudo pro chão.

Meu sangue ferve e elas me olham assustadas. Passo do lado da mina, que não para de olhar pro chão e fica encolhida.

— Limpa essa merda. — Falo alto e agora começo a sussurrar em seu ouvido. — Tu escapou por pouco, na próxima tu vai rebolar pra mim.

E saio batendo porta.

NALA

Eu não consigo respirar, me falta ar e só consigo tremer.

— Querida? Tá tendo uma crise? Pelos Deuses! — Leidy vai pra cozinha e pega um copo de água pra mim. — Tome! Tente se acalmar.

Eu pego o copo com as duas mãos e começo a beber devagar.

Vou voltando ao normal e meu corpo para de tremer.

Quando ele chega perto de mim, lembro do meu pai e de tudo que ele fez com a minha mãe. Começo a chorar.

— Não querida... Não chore! Ele já foi, tá tudo bem...

— Meu lugar não é aqui! Não é aqui... Queria ficar com a minha mãe... — Eu choro mais.

— Dona Maria me contou o que aconteceu... Sinto muito... Nenhuma menina devia passar por isso. — Ela me abraça forte e eu me sinto em paz por um momento.

***

Limpo tudos os copos que Puma tinha quebrado e arrumo tudo certinho. Leidy me ajuda, mas logo teve que começar a fazer a janta.

Ela disse que Puma levou o almoço em uma marmita, porque normalmente com os outros em uma cantina aqui perto.

— Já estou indo querida... Vamos juntas?

— Não sei se posso sair já...

— Claro que pode, você está aqui desde manhã e já é noite, vamos.

— E se ele... — Eu olho pra baixo e ela toca em meu rosto.

— Eu te protejo, ele não é tão ruim.

Mas parece bem ruim pra mim...

Acompanho ela até sua casa e a deixo lá. No meio do meu caminho, Luiza e Mia me veem e chegam correndo me abraçando.

— Como assim você tá trabalhando pro Puma??? — Luiza me olha chocada.

— E como assim você saiu do salão?

— Abandonou a gente tão fácil!

— Você e o Puma estão ficando??

Eram tantas perguntas que eu já tava perdida.

— Puta que pariu, deixa a bebê falar. Bando de boca aberta! — Marcão chega com Clebin e eles entram na roda.

— Minha vó tinha umas dívidas com o Puma... Eles a matariam se eu não tivesse chegado a tempo.

— Aqueles idiotas! — Luiza diz e Marcão a encara.

— Nois tem ordem querida, tem gente pra caralho que deve pra nois tá? — Ela revira os olhos.

— Mas dai você assumiu pra sua avó e tá fazendo trabalho pra pagar?

— Exatamente... — Respondo e elas trocam olhares e sorriem maliciosas.

— Nala sua safada! — Lu começa e eu a encaro. — Mal chegou e já tá trabalhando com o chefe ein...

— Nala, tu prefere o chefe ou nois? — Clebin se abraça com Marcão e eles sorriem.

Eu começo a rir.

— Nenhum dos três seus panacas! Nala merece coisa melhor... — Mia sorri e eu a olho.

— Você também... — Ficamos em silêncio.

O olhar de Mia vai distante e todos olhamos pra mesma direção que ela.

Tinha um homem de moletom nos olhando.

— Tenho que ir. — Ela diz, mas eu seguro seu braço de leve. — Tenho que ir mesmo Nala... — Ela vai em direção ao homem e eles saem andando.

— Ih ala esse Natan, tem uma marra do caralho né. — Marcão fala.

— Eh... Mas enfim... E nosso encontro meu pão de mel? — Clebin passa o braço pelo meu ombro e eu dou um sorriso pra ele.

Até que ele não é tão feio, mas eu não quero me envolver com ninguém... Nunca fiz isso na verdade.

— Da pra todos nós sairmos amanhã... — Lu da a ideia.

— Amanhã tem pagodinho no Thomas na real, bora colar lá? A cria dele nasceu esses dias, vai ser dahora.

— Eu topo! E tu nala?

— Vou ver se posso.

Continuamos conversando e depois cada um vai pra um lado.

Eu chego em casa já cansada... Foi um dia meio estressante, mas amanhã vai ser melhor!

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora