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NALA

Abro a janela pra ele entrar e reparo em muito sangue saindo da costela no lado direito...

— O que houve? — Pergunto quando ele entra no quarto.

Ele me olha e eu vejo seus olhos bem vermelhos.

— Você tava certa. — Diz baixinho e com a voz rouca.

— Que? — Pergunto confusa e ele me olha.

— Tu tinha razão Nala... — Seus olhos lacrimejam.

— Razão do que Puma? Você tá me assustando!

— Atiraram nele na minha frente. Mataram ele Nala... O Gui morreu...

Fico olhando pra ele como se fosse mentira o que ele acabou de me contar.

Sinto minhas pernas falharem e não conseguirem mais ficar em pé quando percebo que é verdade.

— Como assim Puma? Como assim ele morreu?

Não cai a ficha.

— Foi minha culpa! Eu não... Não pensei que poderia acontecer isso, eu... — Puma tenta se explicar mas eu não escuto mais nada.

Eu me solto e fico sentada no chão, começando a chorar.

Puma se abaixa e tenta encostar em mim, mas eu o empurro, fazendo ele sentar no chão também.

— Eu falei pra você Puma! Poxa Puma, eu avisei... — Falo batendo no peito dele enquanto as lágrimas caem do meu rosto e meu coração dói...

Eu sabia! Foi aqueles tiros... Foi aquela hora.

— Eu sei... Eu não consegui ser rápido o bastante, não consegui Nala... — Fala rouco olhando pra baixo.

— Ele era uma criança Puma! — Minha vontade era de gritar, de bater no Puma, mas isso não traria Gui de volta...

— Você acha que eu não sei? Não pensei nele... Não pensei nele quando falei pra ficar todo dia até as 10 da noite! Não pensei nele quando falei pra carregar uma arma todo dia! Eu não imaginava...

Eu choro mais ainda, coloco minhas mãos no rosto e me permito sentir essa dor.

— Ele caiu tão rápido, foi tudo tão rápido, ele tinha que ter fugido Nala! Por que ele tava lá no meio? — Puma coloca a mão no rosto e as lágrimas caem.

Eu pego a mão dele e nos olhamos tristes.

— Onde ele tá?

— Mandei levarem o corpo pra uma sala, lá vão trazer um caixão pra ele...

Diz baixo enquanto seca as lágrimas.

Eu faço o mesmo, mas as minhas não param de cair.

— Puma... — Ele me olha e não vejo mais ele naquele olhar. — Não foi culpa sua... — No que digo isso, vejo mais lágrimas cairem de seu rosto.

— Eu já perdi muita gente nessa vida Nala. Muito parceiro meu não tá mais aqui... Só que dessa vez, eu podia ter evitado, dessa vez, alguém me avisou e eu virei as costas!

— Você não atirou nele! Não o matou! Não foi sua culpa Puma!

— Foi minha culpa sim! Você mesma disse! Eu não te ouvi, e agora ele tá morto! O corpo dele tava cheio de sangue, cheio de sangue! Eu mexi nele, chamei seu nome, e ele não acordou!

— Tava muito ruim? — Pergunto e Puma faz que "sim" com a cabeça.

Meu coração parece que tá partido.

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora