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NALA

Eu e as meninas ficamos dançando, mas eu não sei bem o que dançar quando toca pagode, então elas me ensinaram um pouco.

Mia tava com a gente, mas tava meio quieta, enquanto a Luiza já tinha passado do ponto de bêbada.

Dou uma olhada nas pessoas, já estava ficando de noite e quando vejo, aquele menino de 12 anos que eu tinha conversado há uns dias, tava novamente de vigia com uma arma.

Ele parecia cansado... E eu não ia deixar isso do jeito que tá.

Posso perder meu emprego, mas vou fazer o certo pelo certo... É óbvio que ele precisa de ajuda.

Puma tá sentado conversando com uns caras e eu crio coragem indo até lá.

— Podemos conversar Puma? — Peço, ele me olha rapidamente, não interessado, ele volta a conversar com os caras. — Não vou sair até a gente conversar! — Vejo ele revirar os olhos e mandar os caras saírem.

— O que tu quer caralho?

— Quero falar sobre aquele menino. — Digo apontando com a cabeça.

Puma olha na direção do menino e depois em meus olhos.

— Tá com dó leva pra casa porra. — Responde grosso e senta novamente.

Eu já devia saber que não vou conseguir nada com esse traste.

Vou em direção ao menino.

— Oi!

— Eai. — Ele me responde mas fica de olho nas entradas ainda.

— Qual é o seu nome?

— Guilherme, mas aqui eu sou Guizin.

— Entendi... Onde estão seus pais Gui? — Pergunto meio baixo e ele me encara bravo.

— Isso não te interessa!

— Desculpa! Desculpa mesmo. — Tento me redimir. — Eu só... Só queria saber se você tem casa e alguém que cuide de ti...

Ao falar isso, parece que ele entende o que quero dizer e eu dou um suspiro aliviado.

— Eu me viro sozinho.

— Como assim você...

Meu cabelo é puxado.

PUMA

Eu a pego pelos cabelos e a arrasto até um beco perto dali.

A solto e ela põe as mãos na cabeça massageando.

— Você é louco? — Me pergunta baixo e eu grito.

— VOCÊ TÁ LOUCA? Para de colocar merda na cabeça do muleque imbecil!

Ela me encara nos olhos.

Mina do caralho! Tem medo de morrer não?

— Ele não tem ninguém que cuide dele!

— Aé? Não lembro de ter perguntado!

— Achei que o dono daqui se preocupasse com os moradores!

— Foco aqui é a segurança!

— E que segurança ele tá tendo? E se atirarem nele?

— Aqui, marca de tiro é sinal de experiência, desce do teu saltinho e fecha essa boca porra.

Quando ela abre a boca pra falar qualquer merda, eu dou um tapa na cara dela.

Ela não me olha mais e eu saio daqui querendo bater em mais alguém.

Porra, meu sangue ferve.

Me sento, pego uma cerveja e a tomo inteira bem rápido.

Essa garota tá de sacanagem, puta do caralho.

Quem pensa que é achando que manda em alguma coisa nesse morro?

Só por ficar me desafiando e falando com o muleque, eu vou aumentar a carga dele, quero que se foda também.

— Oi Puma! — Patrícia chega e se senta no meu colo.

Eu mal a olho, fico olhando reto e pras mina que tão dançando.

— Tá tenso... O que aconteceu?

Essa mina quer saber de tudo. É outra que já vai levar um tapa também.

— É da tua conta?

— Calma meu amor.

Odeio que me chamem assim.

Ela começa a beijar meu pescoço e eu fecho os olhos.

Em pouco tempo estou calmo novamente.

Quando abro os olhos, vejo a mina sair do beco em que tava e ir conversar com as mina que tavam dançando.

Esse camarote tá cheio demais pro meu gosto.

Foco minha mente nos beijos de Patrícia e começamos a nos pegar ali mesmo.

Quando perdermos o fôlego, ela volta a beijar meu pescoço e eu olho pra ver se vejo a mina.

Quando reparo, ela tá sozinha e um mano que é um dos meus vigias, tá tentando se aproximar bastante dela.

Fico olhando a cena, mas sinceramente, quero que se foda.

Ela tem que aprender que esse morro não é do jeito que ela acha, e se for burra, vai mamar muito por aqui.

Continuo observando e quando ela não consegue mais empurrar o cara, Marcão chega e dá um jeito no homem.

Dá um soco no rosto dele e o cara logo vaza.

Agora meu foco volta na Patrícia mas na real, não é ela quem quero...

— Vaza.

— Que foi?? — Ela sai do meu colo e eu me afasto.

Olho pra mina de cabelo longo loiro e faço um sinal com a cabeça.

Chego em um beco mais afastado e logo ela chega também.

— Achei que ia ficar com aquela lá.

— Cala a boca e vem fazer o que tu sabe. —Digo já juntando nossas bocas e começando a se pegar pra caralho.

Essa tá muito mais gostosa que a Patrícia.

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora