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PUMA

Paiva tava demorando pra caralho pra quem só ia dar um tiro e voltar...

Pego o rádio pra trocar uma ideia do que tá rolando por lá e ele diz que uma filha da puta tava barrando.

Escuto a maldita voz dela já querendo botar ordem no bagulho, mando ela subir na hora.

Atrás do radinho a gatinha vira uma leoa, quero só ver no cara a cara.

Pouco tempo depois, ela entra com um saco na cabeça enquanto Paiva segura seus braços por trás.

Me levanto e vejo teu olhar ir pras balas que na parede.

Tem dois caras atrás de mim, segurando fuzil e só ela de mulher. E que mulher pequena.

Ela usa uma camisa curta de urso que parece coisa que criança usaria.

Passo meus olhos pelo resto do teu corpo e reparo na calça preta.

Queria era um shorts pra ver as coxa dela.

A encaro nos olhos e me levanto.

— Você acha que manda em alguma coisa aqui caralho? — Me aproximo e ela recua.

— Não... — Ela olha pro chão.

— Então PARA com essa poha, isso aqui não é brincadeira caralho, se acha que tá na tua terra onde geral faz a merda da sua vontade né? Se a ordem é minha, cala a boca e aceita.

— Desculpa, mas não podia deixar matarem ela...

— Vai por a mão no fogo pela véia então? — Ela me olha e faz "sim" com a cabeça. — VAI? — Grito e bato na mesa, ela treme encolhida.

— Sim...

— Então meu problema agora é contigo. Tu vai fazer uns trampo pra mim por 3 mês. — Toco no queixo dela e levanto, fazendo ela olhar pra mim. — Por ela tu faz qualquer coisa né? Então como uma boa vadia do morro, tu vai fazer tudo que eu mandar, pegou a visão?

— Sim... — Fala com os olhos quase lacrimejando, eu a solto e dou uma risada.

— Qual foi princesa? Te deixar em uma sala cheia de homem fez cair a tua coroa? — Ela fica em silêncio enquanto treme.

Parece um pinscher essa porra.

— Posso ir? — Pergunta baixinho.

Eu respiro fundo, dou mais uma olhada no corpo dela e a vejo ficar mais desconfortável ainda.

— Vaza.

Essa aí tá fudida na minha mão.

NALA

Eles colocam um saco de novo na minha cabeça e quando vejo, já estou na casa da minha avó.

Meu coração ainda bate muito rápido.

Pela primeira vez, pensei que o pior aconteceria comigo dentro daquela sala... Quando ele mandou eu vazar, voltei a respirar.

Aquela sala tinha tanta arma, homens altos me encarando com desejo parece, me senti muito mal, com medo.

Maior pesadelo de uma mulher é estar em uma sala cheia de homem.

Abro a porta e minha vó vem correndo me abraçar.

— Minha neta! Por Deus! Meu Deus do céu! Fiquei com medo que não voltaria! — Ela chora e eu olho pra perna dela.

— Sua perna vó!

— Calma, foi apenas de raspão, na coxa sangra muito, já vi vários meninos levarem tiros assim...

— Mas precisa lavar, colocar algo em cima sei lá. — Falo, mas a perna dela já está toda enfaixada.

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora