Mocinha do Chefe

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PUMA

Caralho, essa segunda foi só de conversa e arrumar algumas coisas com os cara, nada muito importante mas nem voltei pra casa.

Almocei e jantei por lá mesmo.

Hoje acordei bem cedo de novo e já fui pra salinha.

Cumprimento meus seguranças e o Paiva, que chegou antes de mim.

— Tu viu as notícias ontem?

— Vi nada, cheguei em casa e já dormi. — Falo pegando um cigarro e começando a fumar. — Que que deu?

— Os cop armaram uma invasão em um morro aqui do Rio.

— Nois conhece o morro?

— Nem, mas o bagulho foi feio parece.

— E conseguiram invadir?

— Pra caralho, mas não pegaram o chefe lá, eu também não vi totalmente o que rolou depois, tava cansadão.

— Pode pá. Mas se armaram pra eles, vão demorar pra armar pra nois. — Paiva concorda com a cabeça.

IG aparece na porta e entra.

Cumprimenta com um toque e já vai falando.

— Fala chefe. As arma chega amanhã.

— Amanhã?? — Pergunto e já começo a me estressar hoje.

— Aham, atrasou os trem e só vão conseguir entregar depois.

— Que porra! Tu tem que meter bala nesse filho da puta! Apavora IG caralho!

— Eu apavoro pô, mas não tem o que fazer, o povo é foda!

— Da nada. Amanhã tu pega e conta certinho qual o número das parada.

— Jae. — Fala saindo.

Passei a tarde toda arrumando uns bagulhos que os morador pediu, é coisa pra caralho.

Dou todo o dinheiro pro Paiva e coloco ele pra cuidar disso.

Já passei até das conta de quantos cigarros eu já fumei, tô ansioso pra caralho por algum motivo.

O sol já tava baixando aqui no morro.

— Vamo ralar, tá tardão já. — Digo pro Paiva que tava comigo e os seguranças.

Cada um vai pra sua casa e eu entro na minha.

Tem mais ninguém aqui.

Subo as escadas, tomo um banho, coloco uma roupa e me deito.

Viro de um lado pro outro mas não dá, tô sem sono.

Me levanto e vou até a varanda.

Bolo um baseado e começo a fumar.

Tá tudo tranquilo aqui na favela, então eu chego perto de entrar de volta pro quarto.

Antes de fechar a janela, escuto um barulho.

Saio de volta pra varanda pra confirmar e uns segundos depois, eu confirmo.

É tiro!

PUTA MERDA! É TIRO!

Corro pra pegar minha arma, coloco munição bem rápido e pego o rádio.

— É INVASÃO PORRA? MARCÃO CARALHO, TU TÁ NA ENTRADA? — Grito e vou pra varanda ver se consigo ver alguém.

— É INVASÃO! VEIO UMA CARALHADA DE GENTE! — Alguém me responde.

PUTA QUE PARIU ESSES FILHOS DA PUTA!