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NALA

Esse cara é um arrogante! E ainda colocou a culpa do que aconteceu na minha roupa!

Fico até com raiva de ficar olhando pra aquela cara dele.

Do nada, um homem grita.

— É OS COP POHA!

Começo a ouvir tiros e fico olhando de um lado pro outro sem saber o que fazer.

Então Luiza aparece e me puxa pelo braço.

— Bora! — Fala e começamos a correr.

Não só nós estamos correndo, mas todas as outras pessoas também.

— VAMO CARALHO! — Marcão grita fazendo sinal pra seguirmos ele.

Andamos um pouco e os tiros não param nem um segundo.

Escuto pessoas gritarem e fugirem do barulho.

Marcão nos coloca pra entrar em um barracão.

— Fiquem aí! — Fala alto, pega a arma e sai pra rua.

Meu coração bate rápido e parece que minha pressão cai.

Luiza tenta me acalmar e minutos depois minha respiração volta ao normal, mas os tiros continuam...

PUMA

— MAS QUE PORRA! — Levanto minha arma.

O povo desesperado já começa a correr e entrar em qualquer lugar que vê pela frente.

Paiva e os seguranças já se posicionam na minha frente e nos lados pra me proteger.

Caminhamos mais pra frente e metemo bala em qualquer ser vivo que aparece.

Quem chega aqui fardado, vai levar tiro na porra da testa!

— BORA CARALHO! — Grito quando vejo um grupo de cop tentando invadir uma casa.

Começamo a atirar e já vejo eles sendo baleados e voltando mancando.

Alguns se protegem e se escondem entre as paredes.

Logo aparecem de novo e atiram na nossa direção.

— PORRA! ABAIXA ABAIXA. — Grita Paiva e nós nos abaixamos.

Aproveitamos pra recarregar os fuzil.

— Esses filhos da puta vieram rápido demais, bem no fervo ainda! — Paiva comenta.

— Não vai sair ninguém vivo dessa merda! — Falo alto e me levanto começando a atirar.

Aqueles ali conseguimo conter. Eles caem no chão enquanto o corpo sangra.

Andamos pro outro lado do morro que temo mais visão.

Pego o rádio.

— METE BALA, METE BALA CARALHO.

— FALA CHEFE, TÃO EM MUITOS MANÉ E VIERAM PREPARADOS.

— BAGULHO É FICAR NA FORMAÇÃO, CADA UM NO CANTO, QUALQUER PORRA AVISA!

— BELE.

— E É NOIS QUE TA PREPARADO!

Continuamos nessa porra de tiroteiro. Era bala pra todo lado.

Um cop quase atira no Paiva.

— SUAVE?

— AHAM. — Ele confere e tá tudo certo.

— VAMO SUBI! — Falo e começamo a subir pra ficar mais em segurança.

No meio, encontramo uns polícia, mas pelo posicionamento e cara de medo, foi fácil perceber que era recruta.

Metemo bala.

Passamo por cima do corpo deles e seguimos em formação.

— TÃO RECUANDO! — Um dos nossos avisa pelo rádio.

— ABAIXA A GUARDA NÃO.

— PODE PÁ, ESSES NÃO TEM NEM CHANCE. — Sorrio ao ouvir isso.

Sentir essa adrenalina no meu corpo, essa necessidade de atirar, me faz sentir vivo.

Se a bala não for neles, vai em mim, e é exatamente eu quem querem pegar.

Tem que tomar cuidado com essas invasão, o morro tava fodido se eles tivessem pegado as arma antes.

Ficamo um pouco de olho em tudo, mas não avistamo nenhum movimento.

— Recuaram... — Paiva sussurra.

— ACHO Q NÃO TEM NENHUM. — Alguém do rádio avisa e meu coração volta a bater mais devagar.

Mesmo assim, fico com a arma preparada caso alguém apareça.

Nada de movimento...

Pego o rádio.

— TÃO VIVO SEUS PUTO?

Alguns confirmam.

— PUMA? — O rádio toca.

— TÔ AQUI.

— É O MARCÃO, ATIRARAM NO CLEBIN.

— ONDE?

— NA PERNA, TAMO PERTO DA TUA CASA.

— COLA LÁ.

— JAE.

— O RESTO TÁ SUAVE?

Alguns me respondem falando que tá suave outros já estavam baleados, mas só de raspão, por sorte não teve baixas.

— Vamo volta então, bagulho é fazer um churras agora. — Faço um toque com os seguranças e com Paiva.

Vamos até minha casa pra ver Clebin.

— E ae Clebin? — Chego e cumprimento ele. — Tá de boa?

— Deitamo chefe...

— Pode pá. Sanches, liga ae pro enfermeiro. — O porteiro confirma com a cabeça e começa a ligar. — Já chega menor, vai morrer não.

Clebin sorri de leve.

— É mais uma pra conta né chefe.

— Eh, tu tem uma sorte do caralho viu? — Marcão comenta.

— É que as mina gosta das marca. — Clebin ri.

— Nem levando um tiro essa porra deixa de ser cabaço. — IG chega comentando. — E o churras meu povo?? Ganhamo mais uma!

— Pega as carne e bora caralho. Chama as mina pro baile! — Digo e vou passar a visão pros seguranças. — Deem uma volta e joguem tudo os corpo dos tira na vala mas deixa o armamento com nois.

— Pode deixar. — Eles saem e nois volta pro lugar do baile.

Fica Clebin e Marcão lá pra ver a perna.

Que a festa continue, essa guerra nois não perde.

Em pouco tempo, as pessoas voltam.

Já estão acostumadas às invasão aqui no morro.

Fico me perguntando se Nala tá susse, ela não apareceu de volta, nem aquela mina que anda com ela.

— Que bom que cê tá bem... Me preocupei viu? — Patrícia chega me beijando.

Eu retribuo o beijo e a agarro ali.

Depois arrasto ela pra um beco escuro qualquer.

Logo ela já desce e começa os movimentos até eu gozar.

Voltamos pro baile e eu dou fuga novamente.

Chamo uma morena qualquer que já tava dando em cima de mim e levo ela pra casa.

Tem que aproveitar essa vida de dono no morro.

E depois de hoje, tô merecendo uma coisa nova.

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora